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Índios da aldeia da Amazônia vão a São Paulo receber próteses ortopédicas

Bom dia Brasil - http://g1.globo.com/bom-dia-brasil
05 de Ago de 2010

Antes da cirurgia, Dona Nedina, de 63 anos, não conseguia dobrar, nem esticar o joelho e só andava com ajuda da filha.
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Foram sete dias de medicina intensiva. Os Expedicionários da Saúde fizeram 136 cirurgias e 1.345 atendimentos. Mas nem tudo pôde ser resolvido por aqui.

Dona Nedina, de 63 anos, não consegue dobrar, nem esticar o joelho e só anda com ajuda da filha.

"Não dá nem para examinar. É muita dor mesmo. Isso significa que ela precisa de uma prótese total de joelho. Vou conversar com os fornecedores para cederem a prótese e o hospital para ceder o hospital, eu cedo o cirurgião, o Martin, meu primo vai ser o anestesista e ela deve ficar no meu sítio", diz o presidente e fundador do Expedicionários da Saúde Ricardo Afonso Ferreira.

Mas ainda estão chegando algumas crianças. Silas, de 12 anos, não fala, nem entende português, ele é um sateré-mawé. Perdeu uma das pernas porque foi mordido por uma cobra, a surucucu. Lourival, o pai dele, é um agente de saúde indígena e trouxe o filho para ser consultado. A esperança de Lourival é recuperar a alegria do Silas. Ele sabe que a felicidade desse menino só vai ser completa se ele puder, outra vez, voltar a pescar, a caçar e a caminhar pela floresta.

A paisagem que dona Nedina vê agora é muito diferente. Já faz 15 dias que ela está em São Paulo. Se acostumou a vestir malha de lã, uma raridade na história de vida de quem nunca saiu do calor amazônico. Diz que não gostou nem de São Paulo, nem da comida. Por sorte, trouxe a própria farinha. Ela está em Campinas, no sítio de Ricardo, o ortopedista que vai operá-la no Centro Médico de Campinas. Hoje é o dia da cirurgia.

Ainda bem que dona Nedina não viu os instrumentos usados na operação para colocar a prótese no joelho dela, mas talvez, mesmo se tivesse visto, não teria alterado a sua tranquilidade.

Depois de três meses de fisioterapia, Nedina está pronta para voltar para a aldeia. Já anda sem auxílio da filha e do cajado. Deu tudo certo com o implante da prótese no joelho. Ela diz que quando chegar à aldeia quer voltar para roça e plantar.

Essa indígena que só fala saterê-mawé aprendeu a falar em português um nome muito especial na vida dela: "Doutor Ricardo".

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