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Índios culpam Funai por impasses

A Tarde Online
Autor: Maria Eduarda Toralles e Cristina Laura
22 de Mai de 2008

A agressão de um índio caiapó contra um engenheiro, ocorrida em Altamira (PA) e a manutenção de três funcionários da Funai como reféns em Avaí (SP) já repercutem na Bahia. Recordando ter ficado por seis horas em poder de pataxós do Sul do Estado, durante conflito em 2003, o atual secretário de Meio Ambiente de Santa Cruz Cabrália, Euclides Senna Sobrinho, defende medidas radicais. "Deviam prender o presidente da Funai", dispara.

"Recebi a notícia da invasão - que os índios dizem que é uma retomada - e acabei sendo preso, juntamente com a gerente do hotel e com o motorista", revelou Sobrinho, que representa o Grupo Porto Bello, responsável pelo hotel. Ele só foi solto depois que o cacique chegou, o reconheceu, e mandou que o liberassem.

A Justiça já decretou a reintegração de posse da área, mas os índios voltaram a ocupar e 48 famílias permanecem lá até hoje. Sobrinho acredita que se o governo resolvesse logo a questão da demarcação do território indígena, indenizando devidamente os proprietários, os conflitos teriam fim. Os pataxós da Aldeia de Coroa Vermelha estão ocupando hoje quatro áreas, que afirmam ser território indígena.

A Aldeia de Coroa Vermelha, em Santa Cruz Cabrália, possui hoje mil famílias numa área demarcada de 1.493 hectares, mas os índios reivindicam a ampliação do território. O cacique Aruã também culpa a Funai pelos impasses e defende: "Procuramos reivindicar dentro da legalidade, mas há momentos que a gente não agüenta mais". Ele destaca que a construção da barragem no Pará vai atingir a área reivindicada pelos índios da região.

TRUKÁS - Entre os trukás, que vivem em Sobradinho, região norte da Bahia, o caso da agressão denota a situação de desespero, na qual diversos grupos indígenas se encontram. "É difícil ver o desrespeito do governo para com as tradições do povo indígena no País. Retirar de seu lugar, índios que guardam suas tradições, que tem na terra seus antepassados enterrados, sua identidade sendo destruída e esquecida a cada dia", desabafa o truká Pedro Antônio da Silva.

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