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Índios continuam construção de casa e CIR não se pronuncia

Brasil Norte-Boa Vista-RR
Autor: LEANDRO FREITAS
13 de Jan de 2005

Aproximadamente 30 índios ligados ao Conselho Indígena de Roraima (CIR) continuam a construção da casa na cabeceira da pista de pouso do município de Uiramutã. A informação foi repassada pelo Posto Policial daquela cidade.
Nas primeiras horas da manhã de ontem os trabalhos estavam parados. No entanto, pela tarde a movimentação continuou. Até o momento, já foram fincadas as madeiras para levantar a casa.

A prefeita do Uiramutã, Florany Mota (PT), ainda não teve um contato direto com o grupo de índios. Ela está participando de oficinas nas proximidades do município. Na tarde de ontem ela estava na região da Água Fria. A reportagem do BN tentou contato com ela mas não obteve êxito.
Até o momento, a Polícia Militar do Uiramutã não tem nenhuma ordem para impedir a construção da casa. Assim que começou a movimentação, um delegado da Polícia Federal e representantes da Secretaria de Segurança Pública foram destacados para o local para tentar impedir a construção, sob a alegação de ser um local que não oferece segurança e por fazer parte da área administrativa do município. Segundo o secretário de Segurança, João Fagundes, caso os índios não atendam o pedido, o Estado poderá entrar com uma ação judicial, ou chegar ao ponto de determinar a derrubada dos barracos. "Tomaremos frente da situação mediante a solicitação do município", disse.

O motivo
A construção da casa na cabeceira da pista de pouso do Uiramutã é resultado de uma manifestação dos índios que são favoráveis à homologação da Raposa/Serra do Sol em área contínua. Essa foi a primeira manifestação popular depois da decisão da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Ellen Greice, que suspende a portaria 820/98 a qual determina a homologação em área contínua. A tentativa ocorreu na manhã de ontem. A reportagem tentou contato por telefone com o tuxaua da maloca Uiramutã, Orlando Justino, que foi apontado como o responsável pela manifestação. Todas as tentativas foram frustradas. A informação repassada é de que os índios daquela região não mantém qualquer comunicação com a imprensa.

CIR
Mais uma vez a reportagem do BN tentou falar com um responsável do Conselho Indígena de Roraima (CIR). Por telefone, uma atendente que não quis se identificar informou que o coordenador da instituição, Jacir de Souza, havia viajado [não foi informada a localidade] e que ninguém tinha autorização para falar sobre o assunto.

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