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Índios contestam denúncia de prefeito

Diário de Cuabá-Cuiabá-MT
22 de Nov de 2005

Grupo esteve ontem na sede da Funasa para dizer que atendimento à saúde tem funcionado nas aldeias

Representantes de aldeias xavantes de Paranatinga, a 411 quilômetros
de Cuiabá, estiveram ontem à tarde na sede da Fundação Nacional de
Saúde (Funasa) para prestar solidariedade à administração regional
do órgão contra as denuncias de falta de atendimento médico feitas
pelo prefeito da cidade vizinha, Santo Antônio do Leste. Os índios
alegaram que nunca ficaram sabendo de problemas no pólo de
atendimento à saúde indígena de Campinápolis, no qual estão
incluídos os dois municípios.
Na manhã de ontem, o prefeito Pedro Luiz Brunetta também esteve na
sede do órgão em Cuiabá para conversar com o coordenador regional,
Evandro Vitório. Na oportunidade, o coordenador apresentou uma
prestação de contas de recursos federais no valor de R$ 92,4 mil
encaminhados à prefeitura de Santo Antônio do Leste de janeiro a
outubro de 2005 para aplicação em atendimento à saúde indígena.

"A prefeitura de Santo Antônio do Leste recebe cerca de R$ 175 mil
do governo federal para o SUS. Desse valor, 53% são incentivos para
atenção básica dos povos indígenas (os R$ 92,4 mil), que não foram
utilizados até hoje", afirmou o coordenador regional da Funasa,
Evandro Vitório.

Há cerca de duas semanas, o prefeito Pedro Luiz Brunetta fez uma
denúncia à Ouvidoria Geral do Estado sobre a falta de atendimento à
saúde aos índios xavantes de Santo Antônio do Leste. O ouvidor
geral, Gilson de Barros, encaminhou a denúncia à Comissão de
Direitos Sociais da seccional de Mato Grosso da Ordem dos Advogados
do Brasil, que por sua vez, solicitou ao Ministério Público Federal
uma investigação sobre os acontecimentos na região. Entre os fatos
denunciados estava a falta de medicamentos, falta de vacinas, a
morte de quatro índios e a falta de atendimento a uma gestante.

Segundo o presidente do conselho de saúde indígena de Paranatinga,
Paulo César Waiadzatsé, as aldeias xavantes da região nunca ficaram
sem medicamento ou vacinas. Paulo disse que está revoltado com as
denúncias porque, apesar de um pequeno atraso nos recursos, nunca
tiveram problemas com a prefeitura local (de Paranatinga) ou Funasa.

O responsável pelo Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) da
etnia xavante, Djalma Divino Alves de Oliveira, explicou que já
foram realizadas três etapas de vacinação em todas as aldeias da
etnia. A quarta será feita em dezembro. Djalma falou que houve duas
mortes de crianças na região de Santo Antônio do Leste, e as duas
por problemas respiratórios. "Nunca deixamos faltar medicamentos
também. Na quinzena passada houve uma grande compra e antes que
faltem os medicamentos, fazemos a reposição", disse Djalma.

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