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Índios conseguem participar da gestão do Monte Pascoal

Boletim de Rede das ONGs da Mata Atlântica
09 de Abr de 2002

Um acordo de cooperação técnica entre os Ministério do Meio Ambiente e da Justiça, Ibama, Funai e as comunidades indígenas Pataxó do extremo sul da Bahia dará novo rumo ao impasse criado pela ocupação do Parque Nacional do Monte Pascoal pelos índios há cerca de 3 anos. O acordo visa à implantação de um modelo de gestão ambiental participativa da unidade de conservação integrada com as aldeias Pataxó situadas em torno do parque. A formalização do acordo será no dia 9 (terça-feira) às 9h30, na sede do parque, em Porto Seguro, com a presença dos ministros do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, da Justiça, Miguel Reale Júnior.

A negociação iniciada há dois anos e meio aponta para uma nova estratégia para a gestão de área protegida que tem conflito com a comunidade que vive no seu entorno, segundo avaliou a gerente do parque, Milene Maia . "Acredito que estamos no caminho certo porque estamos mexendo com os pontos cruciais da questão", observou ela. O parque, que originalmente tinha 22.500 hectares, tem em sua volta uma comunidade de cerca de quatro mil índios de oito aldeias. Parte deste contingente vive na Terra Indígena Barra Velha criada com a cessão de 8.607 hectares do parque pelo Ibama no início da década de 90.

A cooperação técnica interministerial prevê a implantação de sistemas agroflorestais, ecoturismo e recuperação de áreas degradadas além da busca de alternativas econômicas para a população indígena. Para Milene, a opção pela gestão participativa consolida experiências de sucesso como a atuação voluntária dos índios na prevenção de incêndios e na prática de Educação Ambiental na região. As Brigadas Indígenas Pataxó, que atuam há mais de dois anos, foram reconhecidas recentemente com a contratação de 19 brigadistas pelo Ibama. Milene também destaca o trabalho educativo dos índios que tem conseguido recuperar áreas de Mata Atlântica em lugar do cultivo de novas roças.

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