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Índios com tuberculose são tratados nas comunidades

Folha de Boa Vista-RR
30 de Out de 2001

A partir do dia 1o de novembro os índios que contraírem o bacilo de Koch, da tuberculose, poderão ser tratados em suas próprias comunidades.
A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) decidiu implantar um novo modelo de tratamento da doença, que facilitará o diagnóstico dos casos e o tratamento domiciliar.
O diagnóstico será realizado nas comunidades através de aparelhos de raio X portáteis, que possibilitarão um exame clínico de pulmão. Existe também um teste que identifica a presença do bacilo através da aplicação de reagentes químicos na epiderme dos suspeitos.
O tratamento no Distrito Sanitário Especial Indígena do Leste (DSEI-LESTE) terá acompanhamento clínico de 12 enfermeiros e dois médicos que desenvolvem suas atividades na área de abrangência do distrito e mais dois profissionais do programa Saúde na Família. O acompanhamento dos pacientes na utilização correta do medicamento será feito pelos 330 agentes indígenas de saúde.
No Distrito Sanitário Indígena Yanomami (DSEI-YANOMAMI), o acompanhamento clínico será realizado por seis prestadoras de serviço que desenvolvem atividades na área indígena e três Ongs (Organizações não-governamentais), na assistência básica do povo indígena. O acompanhamento será realizado por auxiliares de enfermagem.
A Funasa realizou experiências junto com a prestadora de serviços Urihi, testando o novo modelo de tratamento da tuberculose na comunidade de Arataú. Os resultados foram considerados satisfatórios.
Foi provado que é possível desenvolver o tratamento nas aldeias. A Fundação também estará disponibilizando um setor da Casa de Saúde Indígena (Casai) que possui capacidade de internação para 200 índios, localizada na região do Monte Cristo, para tratamento dos casos mais complicados.
ESPERA
Os indígenas que contraíam tuberculose começavam o tratamento em Boa Vista, na Casa de Cura Hekura Yano, que está desativada, e precisavam se ausentar por seis meses de sua comunidade, que é o período de tratamento completo.
O afastamento causava inúmeros transtornos às famílias, que deixavam de cultivar suas roças e realizar caça e pesca. A coleta de frutos silvestres, base de alimentação dos índios, principalmente dos Yanomami, também ficou comprometida pela ausência.

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