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Índios cogitados para presidir Funai

Amazonas em Tempo-Manaus-AM
Autor: Castelo Branco
26 de Dez de 2002

Durante 35 anos, a Fundação Nacional do Índio (Funai), criada pelo governo militar do Marechal Castelo Branco, para traçar e executar políticas, voltadas para o interesse do índio, foi dirigida por burocratas de plantão, que na maioria dos casos jamais colocaram os pés em uma aldeia. O maior cargo confiado a um índio foi de chefe de gabinete da Funai, todo ocupado no ano de 1986 por Marcus Terena (foto), um dos mais respeitados líderes indígena de todo país.

Mas foi só. A presidência da Funai sempre esteve distante dos índios e de seus interesses. Hoje, entretanto, ventos bons, soprados pela imprensa nacional dão conta de que a Funai, finalmente, pode ser dirigida por um índio. Os nomes cogitados são os de Jorge Terena, atual assessor da Fundação Estadual de Políticas Indígenas (Fepi), de seu primo, Marcus Terena, funcionário da Funai e de Euclides Macuxi.

Jorge Terena, o único índio no país com formação superior adquirida fora do Brasil, na Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, disse que tem conhecimento da notícia, publicada no dia de dezembro, na coluna Painel, na Folha São Paulo, mas que até o momento ainda não foi consultado pela equipe de transição do presidente eleito, Luis Inácio Lula da Silva.

Apesar de ter o seu nome cogitado como um dos possíveis dirigentes da Funai, Jorge Terena sonha mais alto e diz que o melhor para o índio seria que fosse criado pelo novo governo um ministério ou mesmo uma diretoria de políticas indígenas subordinada à Presidência da República.

Embora não descarte a possibilidade de assumir a presidência da Funai na hipótese de existir um convite, Jorge Terena admite que o órgão está falido, destroçado, sem nem uma possibilidade de sobrevivência sob a direção do Ministério da Justiça, que "cuida de rodovias, dos direitos humanos, da Polícia Federal e seus problemas e de outros interesses que esteja relacionado ao índio".

Outro sério problema enfrentado pela Funai é a falta de orçamento. Segundo Jorge Terena, o que dispõe é pouco e só atende a folha de pagamento de pessoal. "A Funai está acabada - totalmente desestrutura. Para fazer alguma coisa precisa ser revitalizada ou substituída por um ministério ou uma secretaria subordinada à Presidência da República", defende.

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