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Índios choram, se abraçam e rezam durante desocupação

Campo Grande News-Campo Grande-MS
Autor: Inara Silva, da Redação, e Graciliano Rocha
14 de Dez de 2005

O clima de tristeza e desolação tomou conta dos indígenas que deixam hoje a terra de Nhanderu Marangatu, em Antônio João, no Sul do Estado. Eles recebem, sem resistência, as equipes da Polícia Federal que foram cumprir mandado de reintegração de posse determinado pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Além de um helicóptero que sobrevoa a área e dá rasantes de até cinco metros, um grande contingente policial chegou à fazenda Ita Brasília, onde os indígenas estão concentrados. Toda a ação é acompanhada pelo procurador da República Charles Pessoa e os índios prometem não resistir ao despejo.
Os policiais chegaram em três ônibus e cerca de oito viaturas. Os rezadores, pintados e munidos de chocalhos, iniciaram ritual de rezas e cantos. Muitas crianças choram e os adultos se abraçam. As crianças estão com cartazes com frases como "Injustiça destrói nação indígena".
A terra Nhanderu Marangatu foi homologada em março deste ano pelo presidente Lula, numa área de 9,3 mil hectares. Os proprietários de três fazendas atingidas - Morro Alto, Ita Brasília e Pequiri Santa Creuza - conseguiram mandados de reintegração de posse para expulsar os índios. Com a medida, eles são obrigados a voltar para uma faixa de 30 hectares.

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