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Índios Caiovás garantem que não deixarão fazenda

Gazeta de Cuiabá-Cuiabá-MT
27 de Fev de 2004

Cerca de 350 homens, mulheres e crianças guarani-caiovás não pretendem deixar a fazenda Campo Belo, no município de Dourados, região sul de Mato Grosso do Sul. A desocupação foi determinada pela juíza substituta da 2ª Vara Federal, Luciana Melchiori Bezerra, no dia 20. Os invasores são liderados pelo cacique Carlito de Oliveira.

Carlito afirma que os índios não têm para onde ir e estão dispostos a enfrentar as conseqüências da permanência no imóvel. Para o cacique, a situação que vivem atualmente não é pior do que a anterior à invasão. Sem terra, há cinco anos a tribo monta e desmonta acampamentos em diversos lugares do município. O grupo vivia na aldeia indígena de Dourados, de onde foi expulso pelo cacique Ramão Machado, depois de vários desentendimentos com Carlito Oliveira.

Os caiovás estão concentrados em uma parte da fazenda, longe da sede, que é vigiada por seguranças contratados pelos proprietários da área. Embora a polícia negue a existência de seguranças armados na fazenda invadida, o cacique Carlito registrou pelo menos duas queixas na Delegacia de Polícia Federal. Ele afirma que os vigilantes estão atirando contra o acampamento indígena.

Na madrugada de quarta-feira Carlito chegou machucado ao Hospital Evangélico de Dourados, afirmando ter se ferido ao fugir dos tiros disparados contra o acampamento. De acordo com a Fundação Nacional do Índio a fazenda, invadida há um mês, é particular, e não se trata de terra indígena.

Os advogados dos donos da fazenda, Ipojucan Ferreira e Osmar Silva, estão exigindo o cumprimento da liminar judicial com urgência, cobrando diretamente a juíza. Disseram que a Polícia Federal não pode ficar negociando com os índios, mas deve cumprir ordens do poder judiciário.

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