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Índios buscam apoio de Maggi para conflito com fazendeiros em Juína

Midia News
06 de Set de 2007

Índios da etnia Enawenê-Nawê e representantes das Organizações Não-governamentais (ONGs) Operação Amazônia Nativa (Opan) e Greenpeace buscaram o apoio do Governo do Estado para resolver o conflito entre os fazendeiros no Município de Juína (735 km a Noroeste de Cuiabá). O grupo reuniu-se com o governador Blairo Maggi na manhã desta quinta-feira (06), no Palácio Paiaguás.

O governador prometeu mediar uma reunião no município nas próximas semanas. "Temos que entrar no papel de conciliador e buscar o entendimento para dar fim a esse conflito", avaliou o superintendente de Políticas Indígenas de Mato Grosso, Rômulo Vandoni. Ele diz que um grupo de trabalho deve ser criado pela Fundação Nacional do Índio (Funai), para estudar o problema e fazer uma revisão da área.

Em seguida, o grupo se dirigiu para a sede da Funai, também no Centro Político Administrativo (CPA), onde participa de uma reunião para a criação desse grupo de trabalho. Os índios contaram que a área alegada pelos fazendeiros como de propriedade deles tem grande importância para a etnia. Seria esta terra sagrada, uma área onde realizavam os rituais indígenas. Já os fazendeiros teriam o título das terras.

Participou também da reunião com o governador, a analista pericial em Antropologia do Ministério Público Federal (MPF), Jaciara Monteiro de Assis Bulhões.

O Caso

No final do mês passado, integrantes do Greenpeace e da Opan foram expulsos de Juína por um grupo de fazendeiros e autoriadades locais contrárias contrárias à ampliação da terra indígena dos Enawene-Nawe. O episódio gerou um vídeo, postado na semana passada na internet, "Amazônia, Uma Região de Poucos", ou, na versão em inglês, "Amazon: In The Hands of a Few". O título ironiza o atual slogan do governo federal, "Brasil, Um País de Todos".

De acordo com o coordenador do Greenpeace na Amazônia, Paulo Adário, que fazia parte do grupo que foi alvo das agressões registradas no vídeo, a equipe teria sido confundida com técnicos da Fundação Nacional do Índio (Funai) responsáveis pelos estudos sobre a demarcação da área em disputa.

O prefeito da cidade, Hilton Campos, confirma que o episódio capitaneado pelos fazendeiros foi motivado pela disputa da área.

A área em disputa tem aproximadamente 200 mil hectares e fica na região noroeste de MT, conhecida como Gleba do Rio Preto. Para os indígenas, a região está ligada a suas tradições, como os rituais comunitários de pesca yankwã. Atualmente a área é utilizada para a criação de gado.

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