O Rio Branco-AC
Autor: Flávia Domingues
21 de Jan de 2002
Se a situação dos Nukini já está praticamente resolvida, as dos Nauás está ainda indefinida. Na opinião do superintendente do INCRA, os Nauás são uma tribo criada "porque nunca vi índio barbudo de olhos verdes", ressaltou. Porém, à revelia de suas opiniões, Aldenor diz que esse é um problema bem mais complicado para ser resolvido, pois é de exclusividade do IBAMA, já que os Nauás se encontram dentro de terras do Parque Nacional da Serra do Divisor.
O pedaço onde reivindicam como de seus ancestrais está encravado nas cercanias do igarapé Recreio, que desemboca no rio Moa que corta boa parte do parque.
Os conflitos entre FUNAI, CIMI e IBAMA chegou à Justiça Federal, que encomendou um laudo antropológico para a retirada das dúvidas. Na semana passada, houve uma reunião entre as entidades envolvidas, junto com o procurador da República Marcus Vinícius, para agilizarem a questão. Porém, tanto para o CIMI quanto para a FUNAI a existência dos Nauás é líquida e certa, mesmo que as características físicas e até culturais tenha se perdido através da miscigenação. "Não somos nós quem estamos dizendo que eles são Nauás, são mais de 300 pessoas que dizem isso", disse o coordenador do CIMI, Édem Magalhães, em recente entrevista. Faz coro com ele o administrador da FUNAI - AC, Antônio Pereira Neto, que explica que "na moderna antropologia basta que se fale, expresse que se pertença a uma etnia para que aquele grupo seja reconhecido, não importando se há miscigenação com outros grupos branco ou índios".
Por outro lado, a superintendente do IBAMA - AC, Idelcleide Rodrigues Lima não admite esse tipo de explicação, simplista. Na opinião dela "não basta me dizerem, 'eu sou Nauá' para acreditar e ter que entregar terras do Parque da Serra do Divisor. É preciso um estudo, uma comprovação idônea para que eu possa tomar uma atitude", pondera Idelcleide.
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