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Índios atacam Seind e PF

A Crítica (AM) - http://www.acritica.com.br/
Autor: Jorge Eduardo Dantas
22 de Dez de 2009

Os sete indígenas presos na semana passada acusados de invadir a sede da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) no bairro da Glória, Zona Oeste de Manaus concederam ontem uma entrevista coletiva afirmando que estão em Manaus "abandonados" pelo poder público.

Segundo os indígenas, que são lideranças em suas aldeias no interior, cerca de 20 pessoas ainda se encontram em Manaus em busca de auxílio para voltar para suas comunidades. Eles vieram à capital representar suas comunidades no Fórum Amazonas Indígena (Forind) promovido pela Secretaria Estadual dos Povos Indígenas (Seind) no fim de novembro.

Os indígenas ganharam a liberdade na segunda-feira, após o juiz federal Dimis da Costa Braga, titular da 6ª Vara da Justiça Federal e plantonista naquele dia, entender que houve "discriminação racial" no atendimento dispensado aos indígenas quando estes foram à sede da Funasa exigir passagens de volta para os municípios do interior.

Nas palavras do magistrado, os relatos do episódio dão conta de que "existiu discriminação racial no atendimento dos indígenas por parte do órgão público e seus servidores, nem sempre preparados para tanto". Apesar da acusação, como não houve crimes contra a administração pública, o magistrado não pediu a prisão de nenhum servidor. Os indígenas foram soltos por volta das 23h de segunda.

Um dos indígenas presos na semana passada, Raimundo Maricaua, 38, fez duras críticas ao modo como a Polícia Federal abordou as lideranças na ocasião. "Nos levaram para a prisão como baderneiros e ladrões. Eu não sou assim, até chorei quando fui preso", afirmou. Raimundo contou ainda que se sentiu "despido" quando lhe tiraram o cocar e seu arco e flecha: "Sem esses objetos, não sou indígena. Da mesma forma, aqueles policiais não são nada sem sua farda", falou. Raimundo é um tuxaua Kokama de Fonte Boa, a 680 quilômetros de Manaus.

O cacique Jermano Apurinã, 26, afirmou que foi humilhado. "Nos trataram muito mal, nos puseram numa cela com 22 pessoas. Nos chamaram de organização criminosa", contou. Jermano é de Manacapuru e está na capital com a esposa e o filho, um bebê com nove dias de nascido.

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