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Índios Aranã são reconhecidos

Hoje em Dia-Belo Horizonte-MG
Autor: Celso Martins
05 de Jun de 2003

Os índios Aranã, que vivem nos municípios de Coronel Murta e Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, conseguiram ontem o reconhecimento de sua etnia durante audiência pública realizada no Ministério Público Federal, em Belo Horizonte. Minas Gerais ganhou a oitava comunidade indígena reconhecida pela Fundação Nacional do Índio (Funai). A identificação das terras dos Aranã, localizadas entre Capelinha e Coronel Murta, será o próximo passo da Funai no processo de reconhecimento desta etnia.
"Os índios Aranã terão a partir de agora uma política pública com atenção especial para assistência à saúde e educação, o que não vinha ocorrendo", declarou o procurador da República Adailton Ramos do Nascimento. O procurador afirma que a decisão da Funai anunciada ontem vai possibilitar o arquivamento do processo administrativo instaurado em 2000. Entretanto, ressaltou que a Procuradoria da República vai acompanhar de perto o trabalho de identificação das terras onde os Aranã viveram no Vale do Jequitinhonha. "Conseguir uma área para os índios será de grande importância para reunir os que podem estar espalhados por diversos pontos do Estado", reafirmou Adailton Ramos.
Na audiência pública, realizada na Procuradoria da República, 13 representantes dos Aranã estiveram presentes, alguns caracterizados. Entre elas, a líder desta comunidade, Maria Rosa Índia, que leu uma carta que emocionou os presentes, relatando a luta dos índios para conseguir o reconhecimento. Segundo ela, já foram identificados pouco mais de 100 integrantes do Aranã, mas ela acredita que mais de 150 estão vivendo em outras regiões do Estado. "Somos a única comunidade com o sobrenome de índio e agora estamos confiantes que vamos conseguir recuperar as terras de onde vamos expulsos nas últimas décadas", afirmou.
Em Minas, sete grupos já foram reconhecidos pela Funai, entre eles os Xakriabá, Maxakali, Krenak, Pataxós, Pankararu, Xukuru-kariri e o Kaxixó, esse último reconhecido recentemente. Ao todo são 8 mil índios em Minas. O reconhecimento da etnia pela Funai foi possível graças ao Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva (Cedefef) e a Associação Nacional de Ação Indigenista (Anaí), que fizeram um estudo antropológico.

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