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Índios ainda lutam pela demarcação de território no Estado

Gazeta de Cuiabá-Cuiabá-MT
Autor: Raquel Ferreira
19 de Abr de 2006

A demarcação de terras é o principal problema indígena em Mato Grosso. A briga por território entre índios e brancos ocorre desde o descobrimento do Brasil, em 1500. E hoje, quando se comemora o Dia do Índio, eles denunciam invasões por madeireiros e garimpeiros .

Por isso, o coordenador regional do Conselho Indígena Missionário (Cimi), Sebastião Moreira, afirma que, além de demarcação, as áreas precisam de proteção.

O mesmo faz o professor indígena Paulo Henrique, do povo Rikbaktas, da aldeia Barranco Vermelho (a 120 km de Brasnorte). Ele confirma as ameaças feitas aos índios por exploradores interessados nos recursos naturais das terras. "Há ainda as ações de fazendeiros que destróem áreas próximas das nossas, principalmente as beiradas dos rios, de onde tiramos peixes para nos alimentar".

Moreira destaca também que alguns lugares estão demarcados, mas áreas indispensáveis à sobrevivência dos índios ficaram de fora, como ocorreu com o povo Myky, que ocupa uma área próxima de Brasnorte (435 km de Cuiabá). "A região do Castanhal e do Tucunzal, por exemplo, ficaram de fora. A Funai não resolveu o problema". Ele destaca que a castanha é fundamental na alimentação destes índios, assim como em rituais pertinentes a cultura.

Os Bororos engordam a lista de índios com problemas fundiários em Mato Grosso. O caso deles, segundo o missionário Mário Boerdignon, começou em 1890, logo após Rondon ter feito a demarcação das terras da Colônia Isabel, que foram vendidas pelo Governo do Estado da época. "A briga é pela reintegração de posse das áreas que sempre pertenceram aos Bororos".

A saúde indígena também é apontada como problema. Moreira alerta que o modelo atual é falho. "Junto a saúde é necessário incluir a prevenção, regularização fundiária e política de sustentabilidade econômica".

Paulinho diz que a única preocupação da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) é medicar os índios. "Eles deveriam melhorar a alimentação para evitar doenças, além de incentivar criações de animais e plantio de hortas".

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