A Gazeta- Rio Branco-AC
Autor: Neide Santos
28 de Jun de 2001
A partir de agosto a fiscalização para coibir todo tipo de crime ambiental no Estado contará com o reforço das tribos indígenas, pois alguns membros de todas as etnias serão capacitados como agentes de fiscalização através de um curso a ser promovido pelo Instituto Nacional de Meio Am-biente (Ibama), no período de 18 a 21 de julho.
Índios representando as diversas etnias receberão a devida formação em fiscalização no curso ministrado por agentes da superintendência estadual do Ibama. A proposta é que a formação de indígenas contribua significativamente com a fiscalização, pois os 13 povos espalhados nas mais distantes e diferentes regiões do Estado representam uma população com cerca de 9 mil índios.
A possibilidade de ter os indígenas, legítimos representantes dos povos da floresta, como aliados na fiscalização está sendo vista de maneira bastante positiva por profissionais envolvidos no combate a todo tipo de crime am-biental, pois eles estarão defendendo seu habitat natural da exploração desordenada e predadora. Além disso, o fato de fazerem parte da floresta lhes dá a vantagem do profundo conhecimento sobre cada região.
Segundo a superintendente do Ibama, Idelcleide Lima, a idéia de formar indígenas como agentes de fiscalização surgiu durante sua participação num encontro de povos indígenas, quando foi convidada a ministrar palestra esclarecendo quais são as devidas atribuições do órgão.
A superintendente do Ibama disse ter ficado impressionada ao perceber como os indígenas estão bem informados sobre tudo que envolve legislação e fiscalização. E o que é melhor, demonstram total interesse sobre tudo que se refere à fiscalização.
"Nada mais justo que o Ibama os credencie para que vigiem e melhorem cada vez mais o serviço de fiscalização através de uma parceria com nossa equipe de fiscais", esclareceu.
A formação de indígenas como agentes de fiscalização ambiental também vem de encontro com a necessidade de melhorar cada vez mais um setor que há algum tempo enfrenta dificuldades para realizar um trabalho eficaz, tendo em vista a defasagem no quadro de fiscais, que conta com apenas 12 profissionais para atuar em todo Estado.
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