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Índio morto durante ataque a base da Funai é identificado pela Politec em MT

G1 https://g1.globo.com
Autor: Flávia Borges
14 de Out de 2018

O índio assassinado a tiros em um confronto entre indígenas e funcionários da Fundação Nacional do Índio (Funai), na quarta-feira (10), em Colniza, a 1.065 km de Cuiabá, foi identificado como Erivelton Tenharin, de 43 anos.

A identificação foi feita pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) e confirmada pela Polícia Civil de Colniza.

O corpo do índio que morreu foi levado para o necrotério de Colniza. Ainda não há informação sobre a liberação.

Conforme informações da Polícia Militar, um grupo de índios armados chegou à base da Funai em dois carros e uma moto na aldeia.

Um outro índio foi baleado e foi encaminhado par a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Lucas, em Juína, a 737 km da capital.

A unidade hospitalar se recusou a informar qual é o estado de saúde do indígena.

O conflito
Segundo o sargento da PM Anderson Claudino de Freitas, os indígenas invadiram a sede da Funai depois de estourarem o cadeado de uma porteira.

"O chefe da Funai já vinha recebendo ameaças de morte e, inclusive, já tinha oficializado o crime. Os funcionários da Funai estavam sendo proibidos de passarem pela estrada dentro da reserva", disse.

Conforme o policial, o coordenador da Funai estava assistindo TV quando ouviu um barulho de carro se aproximando do local e percebeu que se tratavam dos indígenas.

"Como já havia essas ameaças, os funcionários da Funai já estavam preparados e revidaram ao ataque, atirando contra eles", disse.

Foram apreendidas oito armas de fogo que pertecem à Funai e entregues à Polícia Federal para perícia.

A segurança na reserva indígena está sendo feita pela Força Nacional e agentes do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Briga por território
Conforme o sargento da PM, a base da Funai fica em uma área de mais de 400 mil hectares, pertences a índios de duas etnias, uma delas a Kawariva.

Isolados
Referências sobre os Kawahiva no noroeste de Mato Grosso existem desde 1750. Desde então, diz-se que tiveram contato com eles desbravadores como Marechal Cândido Rondon e o antropólogo francês Claude Lévi-Strauss.

A área foi delimitada em portaria da Funai publicada pelo Diário Oficial da União (DOU) somente em 2007, medida que automaticamente restringiu o direito de locomoção de não-índios pelo local.

Violência em terras indígenas
Em 2017, Mato Grosso registrou oito casos de violência contra o patrimônio em terras indígenas. Os dados são de um levantamento realizado e divulgado pelo Conselho Indigenista e Missionário (Cimi).

Em Mato Grosso, os casos foram denunciados nas terras indígenas Capoto, Sangradouro, Nambikwara, Panará do Arauató, Apiaká-Kayabi, Parque indígena do Xingu, Kawahiva do Rio Pardo e Kanela, sendo um em cada uma delas.

https://g1.globo.com/mt/mato-grosso/noticia/2018/10/14/indio-morto-dura…

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