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Indigenistas culpam Governo pelo sucateamento da Funai

Estadão do Norte-Porto Velho-RO
Autor: CLÁUDIO PAIVA
12 de Mai de 2004

As invasões das terras indígenas ainda vão continuar por muito tempo - e com graves conseqüências para o ecossistema e biodiversidade, por causa dos desmatamentos indiscriminados e depredação ambiental - porque a Funai não dispõe de estrutura para exercer uma fiscalização mais ostensiva e rigorosa. Para a conselheira da Associação de Defesa Etno-Ambiental Kanindé, Ivandeide Bandeira, a culpa, no entanto, não é da Administração Executiva Regional do órgão indigenista, mas única e exclusivamente do Governo Federal, que não liberado recursos para que possam ser desenvolvidas ações em defesa das comunidades indígenas de Rondônia.
"A Funai hoje é um órgão sucateado, sem recursos humanos, sem equipamentos e sem recursos financeiros. Então, como vai dar conta da questão indígena. O Governo precisa olhar com mais seriedade para a questão indígena, abrindo concurso público para a contratação de mais gente, melhorar o orçamento e capacitar os técnicos da Funai, que têm boa vontade, mas não estão tendo condições de desenvolver um bom trabalho", disse Ivaneide.
Da mesma forma, o coordenador da Cunpir (Coordenação da União das Nações e Povos Indígenas de Rondônia, Noroeste do Mato Grosso e Sul do Amazonas), Almir Suruí, acha que o Governo Federal precisa reestruturar a Funai, alocando mais recursos financeiros e contratando mais funcionários para que o órgão possa cumprir com sua finalidade. Ele defende ainda a adoção de uma política indigenista atual, "porque a vigente está defasada".
A assessora jurídica do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), advogada Maria Cecília Filipini (Bia), já lembrava, no ano passado, que a Funai estava sucateada e com os recursos orçamentários reduzidos pelo Governo Federal. "Não se contrata funcionários há décadas", observou.

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