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Indigenista e jornalista é novo presidente da Funai

Rondoniagora-Porto Velho-RO
18 de Jan de 2003

O indigenista e jornalista Eduardo Almeida foi anunciado nesta sexta-feira pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, como novo presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), em substituição ao antropólogo Artur Nobre Mendes, que pediu demissão.

Almeida assume a direção da instituição em meio a uma crise por falta de recursos e por causa do assassinato de três índios em apenas uma semana, em diferentes pontos do País. Nos últimos dias, Nobre se queixava da intensa pressão que vinha sofrendo.

Thomaz Bastos recebeu o pedido de demissão nesta sexta-feira em encontro com o ex-presidente e representantes dos grupos funiô, pancararu, cambiua e xucuru, todos do Nordeste. Remanescente do governo anterior, Nobre estava descontente na Funai, cujo orçamento é um dos mais baixos da administração pública. Sua situação se complicou com a morte do índio Aldo da Silva Mota, em Roraima, e de Marcos Veron, em Mato Grosso do Sul.

Em ambos os casos, foi constatado que problemas fundiários foram a origem dos assassinatos. Há duas semanas, o índio caiguangue Leopoldo Crespo foi morto por quatro jovens, no Rio Grande do Sul. Veron, que era guarani-caiová, morreu depois de invadir uma fazenda em Jati. Aldo foi espancado e enterrado em uma cova rasa, mas os autores do assassinato não foram ainda identificados.

O novo presidente da Funai já trabalhou na instituição como indigenista e atualmente era consultor do Ministério do Meio Ambiente. Almeida acompanhou, entre janeiro e agosto de 2000, as negociações do governo com fazendeiros no extremo-sul da Bahia, onde existiam conflitos com índios pataxós. Na mesma região, atuou como integrante de uma comissão de demarcação da área, em Monte Pascoal.

O próprio ministro Thomaz Bastos tem ciência de que hoje a Funai é um dos órgãos que mais preocupam, entre todos de sua pasta. Somente esta semana, ele recebeu em torno de 200 índios dos 650 que estão na cidade - segundo levantamento da própria Funai - e teve resistir a um intenso lobby de indígenas para colocar um deles na presidência da fundação.

Os índios caingangues da reserva Marrecas, em Guarapuava, no Paraná, libertaram nesta sexta-feira o administrador da Funai na região, Francisco Eugênio dos Santos, depois de o manterem preso durante um dia.

O seqüestro foi um protesto dos índios contra a decisão de Santos, que demitiu o caingangue Pedro Cornélio da chefia do posto indígena. Ele tinha sido indicado pelos índios para a função.

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