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Indigenista diz que queimadas no Pará podem ter sido provocadas por invasores

Rádiobrás-Brasília-DF
Autor: Patrícia Landim
30 de Nov de 2005

As queimadas detectadas em áreas indígenas no Pará sem dúvida não foram provocadas pelas aldeias, mas por invasores que aproveitam o período seco para fazerem a roça. A análise é do técnico indigenista Caetano Ventura, da Funai (Fundação Nacional do Índio) de Altamira (PA).

Dados divulgados ontem (29) pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) apontam 492 focos de queimadas no estado. E três áreas indígenas entre as atingidas pelo fogo: a do Alto Rio Guama, no município de Nova Esperança do Piriá; a de Cachoeira Seca, em Altamira; e a de Paquiçamba, em Vitória do Xingu.

A área de Cachoeira Seca, segundo Ventura, ainda não está demarcada e a Funai não tem como combater os invasores. "As roças dos índios são pequenas e é impossível detectá-las por satélite", disse o técnico. Ele lembrou que também a área de Paquiçamba não foi demarcada e sofre com os mesmos problemas de invasões e queimadas.

O engenheiro agrônomo da Funai de Belém, Rui Ferraz, garantiu que os limites do território indígena serão novamente identificados, com placas indicativas do Ministério da Justiça e da Funai proibindo a entrada de estranhos. "Vamos torcer para que, juntamente com prefeitos dessas regiões, possamos manter essa terra livre de invasores e preservar a floresta, o pouco de floresta que ainda existe", disse.

Ele informou que a região do Alto Rio Guama foi demarcada em 1993, quando 1.300 famílias não-índias estavam registradas. Dessas, 80% já foram indenizadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e saíram das terras. Outras, explicou, receberam o dinheiro mas voltaram a ocupar a área, por falta de fiscalização.

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