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Indígenas venezuelanos realizam ritual em abrigado de Manaus

Portal Amazônia portalamazonia.com
Autor: Diego Oliveira
01 de Jun de 2017

Com uma oração e um ritual de limpeza os indígenas venezuelanos da etnia Warao começaram a se mudar para o prédio do Serviço de Acolhimento Institucional de Adultos e Famílias nesta quinta-feira (1o) em Manaus. A celebração indígena, conhecida também como pajelança foi realizada pelo representante dos Warao Anibal Perez, no fim da cerimônia os indígenas entoaram o hino da Venezuela em sua língua nativa. Na ocasião, 264 refugiados se mudaram para a instalação localizada na zona Leste da capital.

A assessora técnica da Fundação Estadual do Índio (FEI), Yawara-t Marulanda, acompanha o caso dos Warao desde o início. Ela contou ao Portal Amazônia que o ritual de limpeza é realizado para a prosperidade do local. "O ritual representa o momento com os nossos ancestrais, onde os indígenas pedem saúde e agradecem aos objetivos alcançados. Geralmente, a cerimônia é realizada em um lugar aberta e com uma fogueira, mas eles fizeram questão de realizar as orações", explicou Yawara-t que também é indígena e pertence a etnia Kokana.

Já o venezuelano Anibal Perez que realizou o ritual de limpeza nas instalações do Serviço de Acolhimento Institucional de Adultos e Famílias aproveitou a oportunidade para agradecer ao carinho dos manauras. "Não é fácil, nem para nós e muito menos para vocês, mas o nosso povo se sentiu acolhido em Manaus. Quando chegamos aqui não sabíamos para onde ir, então improvisamos uma moradia perto da rodoviária. As autoridades também se ofereceram para ajudar e conseguimos um teto confortável", afirmou.
A crise na Venezuela transformou a vida dos indígenas, na aldeia os Warao não tinham alimentação e nem água. "Para muitos, a única opção era fugir da Venezuela. Amamos o nosso país, mas sair de lá era questão de sobrevivência", destacou Perez. De acordo com o indígena, as condições dos venezuelanos em Manaus nem se compara com a situação que vivemos lá. "Está muito ruim. Graças a Deus que nossas famílias conseguiram vir para o Amazonas", disse.
Acompanhamento

Para a titular da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Sejusc), Graça Prola, os venezuelanos poderão sair de uma área de risco. "Estamos acompanhando a situação dos indígenas desde dezembro de 2016, quando eles começaram a chegar em Manaus. Esse abrigo tem a capacidade para 300 pessoas, ou seja, ainda tem possibilidade de mais pessoas poderem ficar no prédio. O abrigo é uma atividade de caráter emergencial, porque os abrigos via de regra são pequenos, então a grande população estamos trabalhando nesses espaços maiores", afirmou.

Além de moradia, os indígenas Warao receberão alimentação, atendimento de saúde e cursos do Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam). "Estamos trabalhando junto com eles um cardápio para adequar os costumes deles, mas claro dentro de um contexto de segurança alimentar e nutricional. Vamos também trazer professores do Cetam para oferecer cursos de português aos indígenas, principalmente para aqueles que desejam conseguir um emprego. Desde o início, os Warao também recebem atendimento médico, principalmente as crianças", contou Graça.

Plano

As medidas fazem parte do Plano Emergencial de Ajuda Humanitária aos venezuelanos que estão em Manaus fugindo da crise política e econômica da Venezuela, em especial indígenas da tribo Warao. O plano tem à frente os seguintes órgãos: Secretaria Estadual de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), Secretaria Estadual de Assistência Social (Seas), Fundação Estadual do Índio (FEI), Fundo de Promoção Social (FPS), do Governo do Amazonas, Secretaria Municipal da Mulher Assistência Social e Direitos Humanos (Semmasdh) e Secretaria Municipal de Saúde (Semsa).

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