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Indígenas vão à ALE pedir apoio contra extinção da Secretaria de Saúde Indígena

A Crítica - https://www.acritica.com/channels/manaus/news
27 de Mar de 2019

Indígenas vão à ALE pedir apoio contra extinção da Secretaria de Saúde Indígena
Medida anunciada pelo governo federal exclui a Sesai e municipaliza os serviços de saúde indígena em todo o País. Só no Amazonas duas mil comunidades ficariam ameaçadas

Aproximadamente 400 indígenas de várias etnias e municípios do interior do Amazonas fizeram uma passeata pelas ruas de Manaus na manhã desta quarta-feira (27) e tomaram o plenário da Assembleia Legislativa do Estado (Aleam) para pedir apoio dos parlamentares diante da possível extinção da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), uma medida do governo federal para municipalizar a saúde indígena.

Os líderes indígenas denunciam os impactos que seriam causados caso a secretaria vinculada ao Ministério da Saúde seja extinta pelo governo federal. "A Sesai foi criada com o foco para dar um suporte à saúde indígena lá na base. Por exemplo, tem município que nem sabe o que é isso e muito menos sabe que existe indígena no seu entorno. A Sesai conhece as necessidades do indígena e, hoje, há equipes que são treinadas que já sabem como chegar na aldeia e já sabem como tratar o próprio índio por isso nós somos contra a municipalização da saúde", disse Jonas Mura, representante indígena no município de Silves.

De acordo com as lideranças, a extinção da Sesai ameaçaria a saúde mais de duas mil comunidades indígenas só no Amazonas. "A gente pede que nossa saúde seja garantida por que na nossa concepção, os ministros não conhecem o Brasil e não conhecem a nossa realidade de nós povos originários. Sem a Sesai, nós estamos condenados a morrer", afirmou a vice-presidente da Federação do Povo Indígena Kokama em Tabatinga, Milena Kokamiria.

Antes de ocuparem o plenário da ALE, os indígenas fizeram uma passeata por ruas de Manaus, caminhando da sede do Ministério da Saúde, na avenida Djalma Batista, até a avenida Mario Ypiranga onde fica a Assembleia Legislativa. Com faixas e cartazes, eles pediam a permanência da Sesai para cuidar da saúde indígena no País.

Ontem, os indígenas fizeram outra manifestação e interditaram o trecho da avenida Djalma Batista onde fica a sede do Ministério da Saúde. Eles entoaram cantos tradicionais e gritos de ordem. Todos os protestos fazem parte da mobilização nacional contra a extinção da Sesai.

No último dia 20, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, anunciou mudanças na pasta, dentre elas, a extinção da Sesai. Entretanto, por meio de nota, o órgão informou que mudanças nas ações de saúde aos povos indígenas ainda estão sendo discutidas e que, por enquanto, não existe medida provisória do governo federal que municipaliza os serviços de saúde indígena ou que modifica a política indigenista.

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