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Indígenas seguem em busca de valorização

Correio do Povo -Porto Alegre-RS
08 de Jul de 2001

Demarcação das terras foi um dos temas discutidos no III Fórum Estadual.

Apenas 0,37% do território está reservado a eles Os caciques estiveram reunidos na Vila Bethânia, na Capital

A valorização do povo indígena e dos seus direitos foi discutida na semana que passou no III Fórum Estadual de Cidadania dos Povos Indígenas, que reuniu, durante três dias, aproximadamente 200 pessoas na Casa de Retiro Vila Bethânia, no bairro Glória. O encontro discutiu políticas para esses grupos e serviu também para definir estratégias e ações para o desenvolvimento de uma política voltada às comunidades indígenas e à renovação do conselho. Participaram do fórum representantes das comunidades indígenas, da Fundação Nacional da Saúde, governo do Estado e Fundação Nacional do Índio. A demarcação das terras indígenas foi um dos temas mais discutidos. Segundo a coordenadora do Conselho Estadual dos Povos Indígenas (Cepi), Maria Luiza Soares, apenas 0,37% do território gaúcho está reservado para os índios. A média nacional é de 11%. 'Eles sofrem as conseqüências de uma Constituição que, até o ano de 1988, os submeteu às mesmas regras e diretrizes que todos os demais brasileiros', declarou. Ela ressaltou que os índios têm rotinas, cultura e necessidades diferenciadas. 'Eles merecem ser tratados com coerência', afirmou. Para pressionar a aprovação do novo estatuto, que tramita há mais de 10 anos na Câmara dos Deputados, também foi formada uma comissão que tentará sensibilizar os deputados federais gaúchos para a votação. O último censo realizado pela Funai no Rio Grande do Sul, em 1995, indicou que cerca de 15 mil indígenas viviam no Estado. São aproximadamente mil guaranis e o restante caingangues, distribuídos em 30 áreas. Na Capital, vivem cerca de 300 índios, espalhados pela Vila Safira, Agronomia, Lomba do Pinheiro, Glória, Jari, Belém Velho e Planalto. De acordo com Maria Luiza, as ações do governo estadual para este ano incluem a construção de uma Escola de Magistério para a formação de professores indígenas e a viabilização de mais salas de aula, além do arrendamento de terras em Nonoai.

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