Indígenas resgatam tradições e querem abrir aldeia para ecoturismo

Marabá - Kyikatêjê já exploram diversas atividades econômicas com sucesso na aldeia

Índios da etnia Kyikatêjê, que moram na zona rural de Marabá, querem ajuda das autoridades do município para explorar o ecoturismo na região. Líder e secretário geral da aldeia, Zeca Gavião conta que pretende ampliar essa fonte de renda para sua comunidade, interagindo com as comunidades não-indígenas.

Os Kyikatêjê moravam com os Gavião na mesma área há mais de 20 anos, mas, em 2001, decidiram revitalizar suas tradições específicas e iniciaram a construção de uma nova aldeia, a cinco quilômetros dos irmãos

'Quando a gente mudou para essa aldeia não tínhamos nada. Hoje, a Kyikatejê é modelo de gestão administrativa e tem a maior renda per capita da América Latina entre as aldeias indígenas', justifica Zeca. Para atrair os turistas, a direção da aldeia prepara alguns projetos, como um salão de exposições de artesanatos produzidos pelas mulheres da comunidade, visita à área de queixadas (porcos do mato), que vivem em uma área de 10 mil metros quadrados dentro da aldeia, entre outros locais específicos que estarão abertos para visitação.

O engenheiro agrônomo Urubatan, responsável pelo projeto de viabilidade de produção das terras, mostrou à reportagem a área onde vivem atualmente 40 porcos do mato. A ideia é manter no local cerca de 70 porcos para reprodução e alimentação dos índios durante as festas realizadas por eles ao longo do ano.

'Dentro da possibilidade, pensamos em comercializar a carne do porco também, pois ela é muito suculenta e saborosa', explica Urubatan, que cursou Agronomia em Porto Alegre e voltou para colaborar com os irmãos Kyikatêjê.

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