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Indígenas, quilombolas, cooperados e assentados recebem capacitação sobre cumaru, em Oriximiná

G1 PA - g1.globo.com/pa
04 de Nov de 2022

Nesta etapa de capacitações são abordadas metodologias e técnicas para as boas práticas do cumaru.
Por g1 Santarém e Região - PA

04/11/2022 09h00 Atualizado há 10 meses

Começou nesta quinta (3) e prossegue até domingo (6), em Oriximiná, oeste do Pará, uma capacitação voltada ao fortalecimento das cadeias produtivas no Território Wayamu. A iniciativa é do Iepé - Instituto de Pesquisa e Formação Indígena, Cooperativa Mista dos Povos e Populações Tradicionais da Calha Norte (Coopaflora) e Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora).

Nesta capacitação estão presentes indígenas das Unidades Territoriais Mapuera, Trombetas-Cachorro-Turuni e Nhamundá-Baixo Jatapú, que compõem o Território Wayamu, além de cooperados quilombolas e assentados. "Em cada safra a gente busca realizar as capacitações. Tivemos da castanha, da copaíba e do cumaru que agora retorna neste novo ciclo direcionado para os entrepostos quilombolas, indígenas e assentados, ao todo serão 35 participantes que estão divididos nos entrepostos dos municípios de Oriximiná, Alenquer e Nhamundá", disse a coordenadora do Iepé, Manuella Sousa.

Os indígenas foram reunidos por meio das associações indígenas Associação das Mulheres Indígenas da Região do Município de Oriximiná (AMIRMO), Associação dos Povos Indígenas do Mapuera (APIM), Associação dos Povos Indígenas Trombetas Mapuera (APITMA), Associação Indígena Katxuyana, Tunayana e Kahyana - (AIKATUK) e Coordenação Geral dos Povos Hexkaryana (CGPH).

Nessa etapa de capacitações são abordadas metodologias e técnicas para as boas práticas do cumaru, visando o melhor aproveitamento deste importante produto da sociobiodiversidade Amazônica.

"Esse ano a gente conseguiu uma safra recorde de castanha, estamos apoiando também outros produtos para comercialização como o cumaru, copaíba; a gente está apoiando o processo formativo, trabalhando para fortalecer cada dia mais essa cooperação em rede, mantendo claras as especificidades de cada grupo", contou Manuella Sousa.

Desde 2021 o Iepé está trabalhando em parceria com a Coopaflora e Imaflora buscando apoiar as cadeias produtivas dos indígenas do município de Oriximiná e Nhamundá. "A gente tá num processo de ampliação de rede junto à Coopaflora, para que eles comercializem alguns produtos indígenas, e para que começem a exercer mais essa governança pensando no fortalecimento da geração de renda dentro dos territórios", destacou Manuella Sousa.

O cumaru é hoje um dos principais produtos da sociobiodiversidade da Amazônia, sua amêndoa possui um alto valor comercial devido a diversidade de uso que vai desde a indústria cosmética, fins medicinais até o setor gastronômico, onde é chamado de baunilha da Amazônia.

De acordo com a presidente da Coopaflora, Maria Daiana Figueirdo da Silva, hoje são aproximadamente mais de 100 famílias que sobrevivem com a renda da venda do cumaru naquela região. "São 10 entrepostos que ficam divididos nos territórios quilombolas, indígenas e áreas de assentados, e graças aos entrepostos a gente consegue agilizar a compra diretamente dos cooperados. Para os comunitários isso é segurança de ter seu produto pago na hora, com preço justo", enfatizou.

Em Oriximiná, a Coopaflora, em parceria com o Iepé e Imaflora estão cada vez mais apostando em capacitações voltadas para a melhoria no processo de coleta, secagem e armazenamento da amêndoa. Segundo o coordenador do Imaflora, Jonas Gebara, já se percebe uma evolução contínua nos processos de valoração dos produtos da sociobiodiversidade e valorização das atividades extrativistas.

"Desde 2020 estamos usando secadores artesanais construídos na comunidades pelos envolvidos neste processo e isso permite um controle de qualidade sobre a produção a centralização das informações relativas à rastreabilidade do produto, que permite agregação de valor na comercialização destes junto às empresas que se preocupam em manter parcerias comerciais diferenciadas junto aos povos e populações tradicionais", ressaltou Jonas Gebara.

https://g1.globo.com/pa/santarem-regiao/noticia/2022/11/04/indigenas-qu…

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