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Indígenas querem mudança

A Crítica - http://www.amazonia.org.br/noticias/noticia.cfm?id=311330
Autor: Jorge Eduardo Dantas
15 de Mai de 2009

A coordenação regional da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) deu início, ontem, aos procedimentos para tirar o atual chefe do Distrito Sanitário Especial Indígena da capital (DSEI-Manaus), Radamézio Velasques de Abreu, do cargo.

A mudança foi a pauta principal de uma tensa reunião ocorrida durante a tarde desta quinta, na sede da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), situada no bairro Presidente Vargas, Zona Sul.

A reunião teve início ao meio-dia e terminou pouco antes das quatro da tarde. Uma média de 80 lideranças, vindas de vários municípios amazonenses, reuniram-se com o coordenador regional da Funasa, Pedro Paulo Coutinho, e só o liberaram quando o coordenador se comprometeu em levar a pauta sugerida pelos indígenas à gerência nacional da Funasa, em Brasília (DF) ainda ontem. Dois policiais federais, vestidos à paisana, estiveram no local para garantir a integridade física do coordenador. Os agentes, porém, não precisaram agir.

De acordo com indígenas ouvidos pela reportagem ao longo da reunião, o estopim da mobilização das lideranças foi a nomeação de Radamézio "de forma arbitrária", ou seja, sem consultar as lideranças indígenas. A nomeação ocorreu no fim da semana passada.

"O que acontece é que o Radamézio é do Alto Rio Negro e não conhece nada de Manaus. Como você vai pôr para gerenciar um distrito importante desse uma pessoa que não conhece a nossa realidade?", falou um dos indígenas manifestantes, que não quis se identificar. A nomeação de Radamézio veio após a exoneração de Pedro Gonzaga, ex-chefe do DSEI afastado por envolvimento em irregularidades não divulgadas.

De acordo com o cacique da aldeia Pantaleão, o Mura Raimundo Correa Batista, as lideranças querem na chefia do DSEI um Mura identificado apenas como "Zenildo". Ele é oriundo de Borba, cidade situada a 155 quilômetros de Manaus, na calha do rio Madeira e não falou com a imprensa após a mobilização.

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