Indígenas promovem manifestação

Uma passeata seguida de manifestação foi agendada para a tarde de hoje em frente à Prefeitura Municipal de Manaus, conforme o presidente da União dos Povos Indígenas de Manaus (Upim), Aldenor Moçambite. O ato será realizado caso o prefeito Serafim Corrêa não receba pessoalmente um documento contendo todas as reivindicações dos povos indígenas de Manaus solicitando a criação de políticas públicas voltadas à causa.

A falta de infra-estrutura englobando moradia digna e saneamento básico, além da falta de uma política pública que atenda aos interesses dos mais de 20 mil indígenas que residem em aproximadamente 18 comunidades em Manaus, é o maior problema enfrentado pelas 33 etnias presentes na capital amazonense. Esses e outros assuntos com o mesmo segmento foram discutidos na manhã de ontem na I Assembléia Geral dos Índios da Cidade, no auditório da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), localizado na avenida Djalma Batista. A assembléia será finalizada na tarde de hoje.

Moçambite ressaltou que as áreas de educação, saúde, entre outras, também sofrem de carência e desinteresse do poder público municipal. "Temos os territórios indígenas em áreas totalmente abandonadas. Essa falta de infra-estrutura já foi abordada antes com a gestão municipal atual e houve ainda encaminhamentos desde 2001 que não foram atendidos", frisou. A partir da Câmara Itinerante, ocorrida este ano no bairro Cidade de Deus, zona norte, algumas comunidades, como as habitadas pela etnia Tikuna, receberam promessas.

As secretarias municipais ligadas às questões indígenas foram convidadas para a assembléia. Outra reivindicação é relacionada à criação de um Centro Cultural dos Povos Indígenas, que já está em negociação com a diretoria da Escola Superior de Tecnologia (EST), antiga Utam, que deverá ser incorporado ao anfiteatro da instituição. "Queremos ainda que nossa feira cultural volte ao local de origem, a Praça da Saudade, pois no Passeio do Mindu não temos o retorno financeiro esperado", comentou.