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Indígenas podem ser presos no caso do massacre de Caarapó

Brasil de Fato- https://www.brasildefato.com.br
05 de Jul de 2016

Lideranças indígenas Guarani e Kaiowá de Caarapó poderão ser acusadas de incendiar uma viatura da Polícia Militar e desarmar policiais durante o massacre na reserva Tey'ikue, que resultou na morte do agente de saúde indígena Clodiodi de Souza e deixou seis feridos. As informações estão em uma carta divulgada na última segunda-feira (4) pelo Conselho do Aty Guasu. Até agora, no entanto, nenhum dos autores do crime que matou o agente de saúde foi levado à prisão.

Conforme o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), cápsulas de munição encontradas na região, vídeos e fotografias registradas durante o ataque não foram suficientes para levar à prisão dos fazendeiros, que segundo o conselho, já foram identificados pelos Guarani e Kaiowa à Polícia Federal.

"Se o Estado nos prender depois do que aconteceu, ele não nos respeita, e então honraremos a vida de todos os que morreram na luta", afirmam os Guarani e Kaiowa no documento de cinco páginas que foi escrito durante encontro do Aty Guasu, nos dias 1 e 2 de julho, na Terra Indígena Dourados-Amambaipeguá, que foi retomada pelos povos tradicionais após o massacre do Caarapó. Ainda segundo a carta, os indígenas ameaçam fechar rodovias, retomar novas fazendas e destruir plantações, caso ocorra a prisão de alguma liderança.

O massacre

No dia 14 de junho, um grupo de homens armados, entre eles fazendeiros - segundo os relatos dos indígenas - atacaram cerca de 300 indígenas acampados no tekoha Kunumi Verá, onde incide a fazenda Yvu e, posteriormente, invadiram a aldeia Tey'ikue.

Segundo os relatos do Cimi, o ataque resultou na morte do Kaiowa e agente de saúde indígena Clodiodi Aquileu Rodrigues de Souza, de 26 anos. Outros seis indígenas foram hospitalizados, entre eles, uma criança.

Viatura

De acordo com os relatos, os indígenas encontraram uma viatura da PM dentro da reserva Teyi'kue nas proximidades de onde ocorreu o massacre. Um dos policiais foi reconhecido como participante do ataque e os agentes foram desarmados pela comunidade e entregues ao corpo de bombeiro, que prestava atendimento na área. A viatura policial foi incendiada, bem como um caminhão que levava uma colheitadeira - que, segundo os indígenas, havia tentado atropelar um Guarani Kaiowa.

Para entregar as armas, os indígenas exigiram a presença do Ministério Público Federal (MPF) e da Fundação Nacional do Índio (Funai).

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