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Indígenas podem ser afetados

A Crítica (AM) - http://acritica.uol.com.br/
22 de Mar de 2012

A simples notícia de reformas no Código Florestal brasileiro vigente foi suficiente para promover uma "corrida" para a floresta - por parte de madeireiros, garimpeiros e produtores rurais - e aumentar a ameaça que já ronda as Unidades de Conservação ambiental (UCs) e as Terras Indígenas (TIs) da Amazônia.

O alerta é do coordenador-executivo da Fundação Vitória Amazônia (FVA), Carlos César Durigan, que afirma: o desmatamento no entorno dessas áreas protegidas já está aumentando e, dentro de pouco tempo, pode afetar a sobrevivência das populações tradicionais que vivem nesses territórios e a própria fauna local.

"A notícia da mudança no Código gerou uma corrida para a floresta, não apenas para derrubar árvores como para a expansão das fronteiras agrícolas. Essa pressão recai sobre as terras indígenas e UCs, que em alguns anos podem virar apenas fragmentos isolados e, por isso, ainda mais visados", explicou.

Segundo o presidente do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), Rubens Gomes, o desmatamento no entorno das UCs e TIs aumentou nos últimos dois meses. "As UCs já estão sofrendo pressão, com a redução de áreas, mudanças de categoria e a própria extração ilegal de madeira dentro de áreas que deveriam ser protegidas. A Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Rio Negro é um exemplo disso".

Uma ameaça de extinção dos povos indígenas. Assim o coordenador da Federação das Organizações e Comunidades Indígenas do Médio Purus (Focimp), Zé Bajaga Apurinã, encara a proposta de mudanças no Código Florestal brasileiro. Segundo ele, 15 das 46 terras indígenas do médio Purus - entre demarcadas e não demarcadas - estão sofrendo pressão de madeireiros, que aproveitam a falta de estrutura dos órgãos ambientais para desmatar e vender a madeira retirada de dentro dos territórios protegidos. Uma delas é a Caititu, que está sendo devastada por madeireiros e fazendeiros.

"Os madeireiros estão avançando e se aproximando cada vez mais das nossas terras. E com a proposta de mudanças no Código Florestal, sentimos que o interesse nas nossas áreas preservadas cresceu, assim como o assédio aos indígenas para que a gente permita esse desmatamento. Temo que, com a aprovação do Código, a ameaça vai crescer ainda mais", disse.

Zé Bajaga disse estar preocupado com o aumento da presença dos madeireiros no entorno e também dentro das terras indígenas. É que, segundo ele, diante da falta de estrutura da Fundação Nacional do Índio (Funai), cabe aos próprios indígenas combater o desmatamento, muitas vezes enfrentando homens armados.

"Nós vamos até lá pedir para que parem a derrubada de árvores, eles se recusam e mostram as armas. Então nós reunimos o maior número de pessoas que, armadas com arcos e flechas e espingardas, pressionam os 'bandidos'. É arriscado, mas se os deixarmos desmatar, como vamos sobreviver?", questionou o indígena. Apesar de conseguir contornar parte das investidas dos madeireiros dentro das terras indígenas, eles não conseguem evitar o avanço do desmatamento ilegal dentro das áreas protegidas.

Manifestação vem da região do Purus

Uma ameaça de extinção dos povos indígenas. Assim o coordenador da Federação das Organizações e Comunidades Indígenas do Médio Purus (Focimp), Zé Bajaga Apurinã, encara a proposta de mudanças no Código Florestal brasileiro. Segundo ele, 15 das 46 terras indígenas do médio Purus estão sob pressão.

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