Folha de Boa Vista
25 de Jul de 2006
Entidades de defesa dos povos indígenas de Roraima enviaram uma carta ao presidente Luís Inácio Lula da Silva e aos ministérios da Justiça, Educação, Defesa, Agricultura, Integração e Meio Ambiente. O documento solicita providências urgentes para amenizar a situação vivida por comunidades indígenas do Estado, atingidas pelas enchentes.
O documento foi remetido ainda aos presidentes da Fundação Nacional do Índio (Funai) e Fundação Nacional de Saúde (Funasa). O governador do Estado, Ottomar Pinto (PSDB), e os prefeitos dos municípios onde ficam as comunidades mais afetadas, também receberam a carta.
Conforme o vice-coordenador do CIR (Conselho Indígena de Roraima), Jairo Pereira, a carta visa sensibilizar as autoridades ao problema que atingiu diversas famílias no interior do Estado por causa das enchentes. As regiões mais afetadas foram Baixo Cotingo e Raposa Serra do Sol, disse. Na comunidade de Coqueirinhos os índios perderam suas casas e tiveram que ser abrigados em fazendas desapropriadas.
O pedido de providências partiu de várias lideranças indígenas que se reuniram, no início deste mês, para discutir os problemas mais graves devido às enchentes, como a destruição das roças, ocasionados pelo volume de águas, e a morte de parte do rebanho das comunidades.
Outro problema apontado pelas lideranças indígenas foi a interdição de estradas e pontes destruídas pelas fortes chuvas. Algumas comunidades, como a do Coqueirinho, em Normandia, estão totalmente isoladas.
Segundo o vice-coordenador, o Governo Federal já sinalizou o pedido de ajuda e estará enviando alimentação para as comunidades, que ainda não tem data definida para chegar no Estado.
Plantio - Conforme explicou Jairo Pereira, está sendo elaborado um projeto emergencial para recuperação de plantio das lavouras que foram afetadas pelas chuvas. A proposta é recuperar as sementes, plantando uma parte e reservando a outra para alimentação das comunidades. Vamos comprar e levar para essas comunidades para fazer o plantio, disse.
Segundo ele, é necessário um ano para recuperação do plantio, tendo em vista os enormes prejuízos causados nas lavouras de várias comunidades indígenas.
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