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Indígenas ocupam sede da Funasa

A Tarde
Autor: ANA CRISTINA OLIVEIRA
05 de Jun de 2007

Dois dias depois de terem feito reféns dois funcionários da Fundação Nacional de Saúde, índios tupinambás ocuparam, na manhã de ontem, a sede da instituição, em Ilhéus, e só deixaram o local no fim da tarde, após encaminhamento de uma pauta com 15 reivindicações.

O cacique Rosevaldo de Jesus Carvalho disse que, no último sábado, chamou a chefe do pólo-base da Funasa, Aldilene Maria Maze, para que ela visse de perto os problemas da aldeia Tucum, no km-14 da rodovia Ilhéus-Olivença, contudo, as lideranças preferiram fazê-la refém, para chamar a atenção dos dirigentes do órgão.

Aldilene Maze e o motorista Washington Dias dos Santos foram liberados na tarde de domingo, mas os índios estão revoltados com a falta de assistência por parte da Funasa. "Sabemos do empenho de Aldilene, que está há apenas dois meses à frente do pólo, mas a solução dos problemas não depende dela, e sim da diretoria da Funasa em Salvador",
diz o cacique.

Nas reivindicações, os índios pedem agilidade na marcação de consultas e exames, dando prioridade aos casos graves.

MORTES - Joanilda Oliveira Santana, mulher do cacique, disse que as pessoas estão morrendo, e, ontem, os que ficaram na aldeia estavam velando um morto por falta de médicos e remédios.

Joanilda afirmou que há uma caixa cheia de pedidos de consultas e exames e que alguns até somem na Funasa, sem ser providenciados. Ela disse que há um mês trouxe um filho acidentado e, se a clínica que o atendeu não fornecesse o remédio, ele teria morrido, porque o que foi enviado pela Funasa chegou 15 dias depois.

Ontem, uma jovem mãe estava precisando de socorro para seu bebê, muito gripado e vomitando, mas voltou para a aldeia sem ter sido atendida. Há mais de três anos os índios não conseguem ir a um oculista e gostariam que o órgão contratasse uma ótica para atender e fazer campanhas sobre as doenças da visão. Os tupinambás também querem
agilidade nos contratos com farmácia, funerária e com uma oficina para manutenção dos carros, que já são poucos e estão sucateados.

Eles denunciam que os veículos estão sendo usados indevidamente até por lideranças indígenas, por isso, as pessoas nas aldeias não conseguem transporte quando precisam de socorro. Também querem punição, inclusive com demissão, para os motoristas flagrados em irregular idades.

Segundo a chefe do pólo da Funasa, grande parte dessas reivindicações, como o contrato com as farmácias, já estão sendo encaminhadas. Aldilene Maze destaca que cabe à Funasa apenas marcar consultas e exames, daí para a frente é com o Sistema Único de Saúde e os gestores municipais (atenção básica) e do Estado e União, nos casos de alta complexidade.

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