VOLTAR

Indígenas ocupam praia em área de preservação

Estado de S. Paulo-São Paulo-SP
02 de Mar de 2004

Praia de Paranapuã fica no Parque Estadual Xixová-Japuí, em São Vicente. Índios dizem que terra é de antepassados

Cerca de 60 índios estão morando na Praia de Paranapuã, dentro do Parque Estadual Xixová-Japuí, em São Vicente, no litoral sul paulista. Os índios das aldeias Aguapeu (guarani), de Mongaguá, Itaóca (tupi-guarani), de Itanhaém, e Piaçaguera (tupi-guarani), de Peruíbe, querem permanecer na área, que é classificada como de preservação.

"Não saímos mais daqui, agora aqui é nossa casa", disse Carlos Aparecido Camargo, 39 anos, presidente da Associação Brasileira de Apoio ao Índio e Meio Ambiente e pertencente a uma etnia do Paraná, junto com o cacique Arildo dos Santos, conhecido também como Awaru Icha, de 27 anos. Eles argumentam que todo o município era terra indígena, de seus antepassados.

Os índios chegaram ao local em 23 de janeiro e, como não tinha ninguém tomando conta do acesso, entraram. O Parque Estadual Xixová-Japuí é administrado pelo Instituto Florestal, órgão da Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo. As autoridades foram avisadas.

Vigilância
Depois da invasão, o Instituto Florestal colocou vigilância 24 horas no local, a 800 metros da praia. Para falar com os índios, só se eles saírem. Ninguém entra.

São 500 metros de areias escuras e finas. À frente, a Baía de São Vicente e atrás, a montanha com vegetação densa e preservada. Os índios contaram que há vários tipos de animais e pássaros, além de árvores frutíferas (goiaba, banana, cambuci, jambolão) e também a pupunha, uma espécie de palmito.

Há na praia uma casa, onde se instalaram Carlos Aparecido e algumas famílias, e um grande galpão sem paredes, que serve de abrigo para as demais pessoas. A energia elétrica serve para ligar geladeira, dois parelhos de tevê, rádios e para carregar os celulares

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.