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Indígenas desocupam sede da Funasa em Atalaia do Norte (AM)

Amigos da Terra-Amazonia.org.br-São Paulo-SP
Autor: Maurício Araújo
13 de Jul de 2004

Em reunião com diretor da Funasa, indígenas expuseram problemas relativos à assistência médica na região do Vale do Javari e firmaram acordo com a fundação.
O grupo de índios que havia ocupado a sede da Fundação Nacional da Saúde (Funasa) em Atalaia do Norte deixou o local após uma negociação com o diretor de Saúde indígena da fundação, Alexandre Padilha, realizada nos dias 08 e 09 deste mês.
As partes firmaram um Termo de Acordo, conjugando os interesses estabelecidos na lista de reivindicações indígenas e no plano emergencial elaborado pela Funasa.
Foi definida a instalação de uma comissão deliberativa, responsável pela organização dos serviços de saúde do DSEI, em caráter provisório, neste momento em que chega ao fim o convênio com o Civaja (Conselho Indígena do Vale do Javari). Também foram acertadas reforma e melhorias na estrutura da Casa de Saúde Indígena de Atalaia do Norte, além da liberação dos recursos da última parcela do convênio do Civaja com a Funasa. O convênio com o Civaja não será mais renovado, uma vez que a Funasa está implantando um novo modelo de saúde indígena, assumindo as funções principais da assistência médica.
Mesmo após o acordo com a direção da Funasa, os índios estão insatisfeitos. A região enfrenta um surto de hepatite e diversas mortes ocorreram, principalmente no ano passado. Jorge Oliveira, 27, coordenador do Civaja, afirmou que "as lideranças nas aldeias estão muito revoltadas com tudo isso, querendo descer para ver o que está acontecendo. Nós estamos sofrendo pressão destas lideranças, estamos numa situação muito difícil."
As reclamações específicas dos índios dizem respeito ao corte no fornecimento de luz e à falta de comida na Casa de Saúde Indígena de Atalaia do Norte; à falta de trasporte para pacientes indígenas que tiveram alta e precisam voltar às suas aldeias e ao fato da chefe do Distrito Sanitário Especial Indígena não ter sido afastada do posto, conforme a exigência feita ao diretor da Funasa pelos índios. Segundo Oliveira, o diretor havia concordado com esta exigência.
Segundo a chefe do Distrito Sanitário Especial Indígena do Vale do Javari, Cleide Ana Brotas, "na Casa de Saúde Indígena há luz, temos água e temos comida." Segundo Brotas, "sempre tem transporte, só foi interrompido durante a invasão". Quanto à sua saída da chefia do distrito ela afirmou: "Quem vai decidir isso são os meus superiores, não tenho nada a declarar sobre isso."

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