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Indígenas de MS serão retratados em vídeos documentários

Campo Grande News-Campo Grande-MS
Autor: Luciano Shakihama
22 de Jun de 2005

Cinco minutos para cada uma das nove etnias de Mato Grosso do Sul (atikum, guarani ñandeva, guarani kaiowá, guató, ofaié, kadiwéu, kamba, kinikinawa e terena) mostrar as suas tradições. Este é o tempo que cada uma delas terão em um trabalho que resultará em três vídeos documentários e está dentro do Projeto Preservação da Cultura Indígena em Mato Grosso do Sul, da SED (Secretaria Estadual de Educação).
As produções terão custos na ordem de U$$ 25 mil, provenientes da Embaixada Americana e a secretaria, a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a empresa Air Travel Chanel darão uma contrapartida, que totaliza R$ 21.056. A assinatura do convênio será feita em cerimônia prevista para amanhã, às 14 horas, no Centro de Educação Profissional Ezequiel Ferreira de Lima (Cepef), com a presença das assessoras da Embaixada, Márcia Mizzuno e Eva Reichmann.
Os vídeos servirão para divulgar a arte e a cultura indígenas, além de oferecer subsídio para a pesquisa sobre as etnias que vivem em Mato Grosso do Sul, resgatando, assim, uma parte da história do Estado. A SED irá orientar cada etnia, com o apoio das regionais da Funai, para que escolham um consultor que definirá, junto com a comunidade, qual aldeia irá retratar melhor o seu povo. Os grupos maiores, dos guarani e dos terena, terão dois representantes.
De acordo com a autora do projeto, a gestora de educação escolar indígena, Miriam Moreira Alves, os vídeos também irão oferecer às etnias indígenas de Mato Grosso do Sul a possibilidade de fortalecerem suas identidades e práticas, abrindo novos espaços jurídicos de aceitação e conhecimento da diversidade étnica e cultural representada por eles. "Mato Grosso do Sul abriga a segunda maior população indígena do país, com cerca de 55 mil índios, e mesmo assim a histórias desses povos é pouco conhecida, pois não há material disponível suficiente para ser trabalhado nas escolas e na divulgação, o que gera a construção de conceitos equivocados", enfatiza.
A proposta sugere que, nas aldeias onde a pesquisa for realizada, sejam fomentadas discussões em favor da preservação da cultura indígena. "Essa iniciativa também irá permitir que tenhamos um diagnóstico para garantir algum entendimento e nos conduzir ao acesso a conhecimentos reais das vidas dos nossos índios", aponta o secretário de Estado de Educação, Hélio de Lima. Um dos traços culturais que será mais beneficiado com a organização proposta pelo vídeo é a língua. Algumas etnias, como ofaié e guató, correm o risco de perder a língua étnica porque os falantes são idosos.
A parte técnica da produção dos documentários ficará sob responsabilidade de uma empresa especializada, ainda não contratada. O produto final será reproduzido em DVD e em VHS. As entrevistas, gravações, filmagens e registros fotográficos para a realização dos documentários serão feitos nas próprias comunidades indígenas. O vídeo será dividido em três blocos: terena, kinikinawa e kadiwéu expressos no primeiro; guarani ñandeva, guarani kaiowá e atikum, segundo; e ofaié, guató e kamba, no terceiro.
O Cepef, onde será realizada a assinatura do convênio que destina os recursos da Embaixada Americana para a produção dos documentários, está localizado na rua Antônio Vendas, 115, bairro Miguel Couto, em Campo Grande.

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