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Indígena amazonense é revelação mundial nos esportes aquáticos

Em Tempo emtempo.com.br
27 de Mai de 2017

Manobras radicais, voos altos e muito equilíbrio. Assim podem ser resumidas as passadas do jovem Jair Paulino de Souza, 11, o "Jajá do wakeboard". Nesta temporada, a "ferinha" das águas quentes do rio Negro mantém uma rotina de treino puxada para disputar a 2ª edição do Campeonato Hugo da modalidade, que acontece no dia 30 de julho, no lago do Tarumã, Zona Oeste de Manaus.

Com apenas 11 anos, o morador da beira do rio e, consequentemente, beneficiado por ter no "quintal de casa" as águas quentes do rio Negro é a mais nova sensação nacional e internacional. Ainda criança, "Jajá" - como é conhecido pelos praticantes da modalidade - é adepto dos bons desafios para justificar a iniciativa de competir entre adultos.

"Em Manaus, estou competindo na categoria adulto ou avançada. Mas quando estou fora, sempre estou escrito na categoria Júnior (de 17 anos para cima). Eu gosto de me sentir desafiado e não me preocupo muito com o fato de competir. Eu acho até que é mais divertido. Sinto mais adrenalina em competir com pessoas mais velhas. Ainda não competi com ninguém da minha idade e nem quero. É mais gostoso entre adultos", explica.

De origem indígena, da etnia karapãna, "Jajá", atualmente na 6ª série, mantém um período de treinos intenso, com atividades diárias de aproximadamente uma hora cada. O garoto já fala como gente grande quando questionado sobre o seu futuro no esporte.

"Eu quero muito competir o pan. É difícil, o nível técnico é muito alto. Mas tenho aulas com o 'Marreco' - atual medalhista de prata no Pan de Guadalajara em 2011 e atual número um do país. Quando crescer quero ir para outro Estado, pois assim vou ajudar a minha família, como já faço. Quando ganho algum dinheiro, ajudo o papai em casa", contou.

Como todo atleta, que inicia na carreira, o wakeboarder admite que esbarra em dificuldades iguais às de outros atletas.

"Os equipamentos são caros e é difícil, pois sempre preciso trocar. Eu comecei usando meu tênis na prancha porque não tinha a bota. Agora, tenho a bota e a prancha. Mas a bota está apertada e a prancha encharcando. Mas o meu pai, junto com os amigos e outros parceiros, sempre estão nos ajudando e assim vamos levando", falou.

Família unida

Para não desperdiçar o talento ribeirinho, a família apoia o "indiozinho" no esporte. Filho do eletricista Jairo Sá de Souza, e da professora Maria Alice, "Jajá" é o orgulho da família, e o pai conta com prazer como o filho conheceu o esporte.

"Ele começou a praticar com 5 anos. Primeiro, ele só esquiava. Depois, conheceu o wake e começou a praticar. Aí, gostou e está até hoje. Todos os grandes nomes do esporte gostam dele. Até os americanos, que hoje são os maiores do esporte. Tiram foto com eles. É até
engraçado", conta.

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