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Índias denunciam tráfico de crianças

Correio do Estado- Campo Grande-MS
06 de Mar de 2002

A Polícia Federal está investigando a possibilidade de que possa estar ocorrendo comércio de bebês nas aldeias da região de Dourados

A possibilidade de estar havendo venda de crianças indígenas em Dourados, conforme denunciado no início de fevereiro pelo Correio do Estado, é cada vez mais forte. Desta vez, duas indígenas procuraram a Polícia Federal para uma denúncia de cárcere privado. A mãe de uma criança que supostamente teria sido vendida, segundo a denúncia, teria ficado presa em uma residência na cidade, sob ameaça e com promessa de receber R$ 4 mil pela venda do filho.

O delegado Chang Fan, da Polícia Federal, que ouviu as duas senhoras, foi com uma equipe ao endereço citado, mas a princípio descartou o cárcere privado. Os proprietários da casa alegaram que a mãe da criança, uma menor da idade, era empregada, mas no momento estaria visitando familiares. No início da noite de segunda-feira, ela compareceu na delegacia acompanhada dos donos da residência e supostos patrões.

Tanto a mãe da criança como os donos da casa onde ela vive negaram qualquer coisa dessa natureza e garantiram que as denúncias formuladas pelas índias são infundadas. A Polícia Federal ouviu todas as partes envolvidas e deve investigar as informações repassadas. O delegado Chang Fan preferiu não fazer muitos comentários a respeito, principalmente por envolver menores. Apenas se limitou ao cárcere privado, que não foi confirmado.

As autoras da denúncia que estiveram na Polícia Federal conversaram com a imprensa e afirmaram que a mãe do menor teria feito novos registros da criança sob promessa de receber uma certa quantia em dinheiro e uma casa, que seriam repassados por este casal.

No entanto, como a doação foi parar na Justiça, a mãe estaria sendo mantida em cárcere privado na residência dos patrões para garantir a eles a guarda do garoto.

Uma outra denúncia feita por elas dá conta de que outras três crianças já teriam desaparecido da aldeia nestas mesmas condições e elas alegam que teria havido participação deste mesmo casal. Uma delas seria um bebê de seis meses de idade que teria sido entregue a uma senhora nipônica de Campo Grande. O advogado do casal disse que a mãe trabalha na casa e que seus patrões estão apenas a ajudando a cuidar da criança.

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