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Índia "escravizada" passará por avaliação psicológica

Campo Grande News - www.campogrande.news.com.br
Autor: Fernanda França
11 de Out de 2008

A adolescente indígena de 16 anos, que era mantida em cárcere privado no bairro Giocondo Orsi, em Campo Grande, passará por avaliação psicológica e será reintegrada à família, informa o presidente do CDDH (Centro de Defesa dos Direitos Humanos Marçal de Souza), Paulo Ângelo.

A garota já está em Dourados, onde deve ser entrevistada por psicólogas e assistentes sociais.

Também foi registrado um Boletim de Ocorrência contra a advogada que estava mantendo a menor em condições de escravidão, identificada como Cristiane Brum Monteiro. A acusação é de "redução à condição análoga a de escravo."

A adolescente foi trazida há quase um ano de uma aldeia localizada em Laguna Caarapã. Convencida de que iria receber salário e ter oportunidade de estudar, a índia conta que deixou a casa da família, a 280 quilômetros de Campo Grande.

Na Capital, percebeu que as promessas não passavam de mentiras e que caberia a ela trabalhar das 7h da manhã até o anoitecer, fazendo todo o serviço doméstico. A denúncia foi feita por vizinhos.

Ontem, quando a equipe do CDDH, acompanhada de uma assistente social da Funai, chegou para retirar a menina da residência, enfrentou resistência de um dos filhos da advogada, mas questionada se queria deixar a casa, a adolescente respondeu que sim.

A família que mantinha a garota indígena em cativeiro pode responder a processos por exploração de mão de obra infantil, agravada por jornada excessiva de trabalho, condições análogas a de escravidão e até por tráfico de seres humanos.

Isso porque a advogada, conforme apuração do CDDH, foi auxiliada por uma costureira de Dourados, chamada Joane. Neste caso, ela pode ser denunciada como agenciadora. Na casa de Cristiane, todos se recusaram a falar sobre o assunto.

O CDDH protocolou denúncia junto ao Ministério Público Federal e também fará o mesmo junto no Ministério Público Estadual.

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