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Índia de 9 anos é internada grávida e em estado grave

A Crítica-Manaus-AM
04 de Abr de 2006

Uma menina da etnia Apurinã, de nove anos, está grávida de cinco meses. Ela é deficiente auditiva e também apresenta dificuldades na fala. A jovem está internada com malária, pneumonia e anemia na maternidade municipal Moura Tapajós, na avenida Brasil, bairro Compensa, Zona Oeste de Manaus.

Natural da comunidade de Jatuarana, no Município de Manacapuru, onde vive com um cunhado, sobrinhos e a irmã, a menina-mãe está sendo medicada desde quinta-feira passada e no domingo iniciou seu tratamento de combate a malária tipo falciparum, o mais grave, na Fundação de Medicina Tropical do Amazonas. Acompanhada de uma irmã de 16 anos, a mãe-menina brinca com uma boneca de cabelos louros em seu leito hospitalar. Seu quadro inspira cuidados de uma equipe multidisciplinar.

O administrador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) no Amazonas, Edgar Fernandes Rodrigues, 40, vai entregar hoje para o procurador da instituição Luiz Rogério da Silva, o caso, que será investigado e encaminhado para o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal. "Houve uma violência contra uma criança e vamos apurar. Nós fomos informados pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa) da gravidez da menina, que é deficiente auditiva e tem problemas na fala. Nos preocupa também o quadro de saúde dela" disse.

O administrador regional da Funasa, Francisco Ayres, confirma que encaminhou um relatório para a Funai pedindo que fossem tomadas às providências jurídicas. "Nós enviamos um documento de queixa-crime para a Funai e para o Ministério Público Federal também. Esse caso não pode ficar impune", destaca Ayres.

Dada a complexidade do caso, as autoridades envolvidas estão tratando-o com muito cuidado. A secretária adjunta da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável (SDS), Nádia Cristina Ferreira, está acompanhando atentamente os desdobramentos clínicos da jovem indígena, porque ela mora em uma comunidade que fica no trajeto do gasoduto Coari-Manaus, onde existe programa estadual de atendimento às comunidades.

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