VOLTAR

Incra insiste que acesso à terra melhora situação de assentados

OESP, Nacional, p. A6
21 de Jan de 2011

Incra insiste que acesso à terra melhora situação de assentados
Relatório a que o ''Estado'' teve acesso mostra que 38% das famílias assentadas vivem com menos de 1 salário mínimo

Roldão Arruda

O presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Rolf Hackbart, contestou ontem reportagem publicada pelo Estado sobre a precariedade dos assentamentos da reforma agrária, na qual se informa que a renda de 38% das famílias assentadas não chega a um salário mínimo por mês. Segundo Hackbart, não existe nenhuma informação definitiva a esse respeito. O levantamento encomendado pelo Incra no ano passado e citado no texto do jornal ainda não teve os resultados finais tabulados.
"Não existe qualquer levantamento oficial e conclusivo, por parte do Incra, que indique o número de 38% de famílias assentadas vivendo com menos de um salário mínimo", disse o presidente do Incra, em nota oficial. "Os dados já concluídos confirmam que as condições gerais de vida das famílias melhoraram após o acesso à terra. Os itens saúde (47%), alimentação (64%), renda (63%), moradia (73%) e educação (63%) receberam avaliação positiva para a maioria dos assentados."
Ainda segundo Hackbart, "o processo da reforma agrária diminui a situação de pobreza para dezenas de milhares de famílias brasileiras, que antes viviam na miséria".
A informação publicada pelo Estado foi obtida em um relatório reservado que serviu de base para as discussões internas sobre o papel que o Ministério do Desenvolvimento Agrário terá no futuro programa de combate à miséria - uma das prioridades do governo Dilma Rousseff.
O relatório, ao qual a reportagem teve acesso, contém um quadro, "Dimensão Focal do Problema", que apresenta informações sobre as famílias assentadas com renda de até um salário mínimo. Os números são precisos: do total de 923.609 famílias assentadas, 354.653 (38%) vivem com até um salário mínimo.
O quadro também apresenta informações desdobradas por regiões do País: do conjunto de famílias pobres, 54% vivem na região Norte e 41% no Nordeste.
Embora Hackbart afirme que a informação não é definitiva, ela foi usada como baliza de debates realizados recentemente em Brasília. Os números também foram apresentados a especialistas do Ministério do Desenvolvimento Social, que foi encarregado por Dilma de preparar o programa de combate à miséria.
Nos encontros de Brasília têm ocorrido polêmicas na hora de se definir parâmetros de pobreza. Técnicos do Incra insistem que a situação das famílias sempre melhora após o assentamento. Críticos da reforma agrária, no entanto, insistem que as famílias, mesmo tendo melhorado, vivem precariamente.

OESP, 21/01/2011, Nacional, p. A6

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110121/not_imp669159,0.php

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.