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Incêndios em matas batem recorde de 5 anos

O Globo, Rio, p. 20
28 de Set de 2004

Incêndios em matas batem recorde de 5 anos

Tulio Brandão

A seca deste mês tem servido de combustível para incendiar as matas do Rio. Do início de setembro até hoje, o Corpo de Bombeiros registrou 1.024 ocorrências de incêndio nas matas e encostas estaduais - o maior número dos últimos cinco anos e pelo menos duas vezes a média do período. O fogo se espalha devido à falta de umidade. Segundo dados da Geo-Rio, é o mês menos chuvoso dos últimos oito anos - nenhuma estação da capital havia registrado até ontem mais de 10 milímetros acumulados. A seca é a mesma no interior, onde um incêndio iniciado na quarta-feira destrói parte do Parque Nacional da Serra dos Órgãos.
O coordenador estadual do Prev-Fogo (brigada de prevenção e combate a incêndios nos parques nacionais do estado), Flávio Luiz Viana, alerta que ainda há focos de incêndio não controlados:
- Há um pequeno foco próximo à divisa do parque com a APA de Petrópolis e outro que avança para uma área urbana ainda não identificada. Mas, segundo os homens que combatem o incêndio no local, não há risco para moradores. A principal perda é de vegetação, pois o fogo avançou sobre uma área nobre de Mata Atlântica.
Nos parques nacionais, 250 focos de incêndio
Viana diz que neste mês, nos nove parques nacionais do estado, foram registrados cerca de 250 focos de incêndio. No Corpo de Bombeiros, o relações públicas da corporação, Roni Alberto de Azevedo, reconhece a gravidade da seca.
- Normalmente o pico de incêndios ocorre em julho e agosto. Como neste ano choveu neste período, a estiagem se concentrou em setembro. Está muito seco - diz Roni.
O Corpo de Bombeiros registrou focos de incêndio em locais como Floresta da Tijuca, Maciço da Pedra Branca e Itatiaia. A corporação usou 46 vezes o avião de combate ao fogo, com capacidade para despejar 3.100 litros sobre os focos. Foi o mês em que a aeronave foi mais solicitada desde seu lançamento.
Nas unidades de conservação do estado e do município, também houve danos. O Instituto Estadual de Florestas (IEF) registrou 11 mil metros quadrados de incêndio em dois parques - Grajaú e Pedra Branca. No município, a Secretaria municipal de Meio Ambiente, nos últimos dois meses, identificou focos de incêndio em nove pontos, destruindo uma área de cerca de cem mil metros quadrados.

O Globo, 28/09/2004, Rio, p. 20

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