Incêndio no parque do Rola-Moça é controlado em MG, mas há focos

Após um grade incêndio que destruiu 80% da vegetação e pôs em risco moradores de condomínios nas imediações do Parque Estadual do Rola-Moça, na região metropolitana de Belo Horizonte, no final de semana, a situação é de controle do fogo nesta segunda-feira (26), embora alguns focos de queimada continuem sendo combatidos pelos bombeiros e brigadistas do local.

O gerente do parque, o biólogo Marcus Vinícius de Freitas, disse que os novos focos surgiram com a propagação dos ventos e por isso exigem mais combate das equipes, inclusive com uso de helicóptero. Apesar desses novos focos, o Corpo de Bombeiros informou que a situação já está sob controle das equipes.

Na serra do Cipó, onde o fogo também queimou nos últimos dias, o incêndio foi debelado, segundo os bombeiros e a Feam (Fundação Estadual do Meio Ambiente). A falta de chuvas e os ventos, porém, exigem monitoramento constante para que eventuais novos focos sejam rapidamente debelados.

O fogo também queimou a serra do Curral, em Belo Horizonte, neste fim de semana e ainda nesta manhã continuava destruindo parte da vegetação. Como o acesso à área que segue queimando é impossível de ser penetrada, as equipes dos bombeiros monitoravam a situação em um determinado ponto da serra, esperando pela chegada das chamas. A partir daquele ponto haveria o combate, impedindo a propagação.

O parque do Rola-Moça é uma importante área verde da região metropolitana de BH e, segundo o IEF (Instituto Estadual de Florestas), é o terceiro maior parque em área urbana do país. Ele abriga alguns dos principais mananciais que abastecem a capital mineira e está localizado em quatro municípios: BH, Brumadinho, Nova Lima e Ibirité.

A vegetação predominante é a do cerra do e mata atlântica. Com quase toda a área atingida pelo fogo, será preciso fazer a recomposição da vegetação com espécies nativas da região, disse o biólogo e gerente do parque. O nome do parque estadual se deve um caso que foi foi imortalizado em poema por Mário de Andrade. O escritor relatou a história de um casal que, logo após a cerimônia de casamento, cruzou a serra de volta para casa sob cavalo, quando o animal da noiva escorregou no terreno e caiu no fundo de uma grota.

A fauna do parque, que tem cerca de 4.000 hectares, é constituída de espécies consideradas ameaçadas como onça-parda, jaguatirica, lobo-guará, gato-do-mato, veado-campeiro e o macuco (ave de grande porte). Já a serra do Cipó é tida como a reserva brasileira com maior número de espécies que se desenvolve somente no local e, por isso, tem um grande número de espécies em extinção. Há também grande variedade de pássaros na região, que abriga um parque nacional com importante sítio arqueológico. A área da serra queimada atingiu 500 mil m2 de vegetação, segundo os Bombeiros.

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