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Incêndio na Chapada Diamantina está fora de controle e mais da metade do parque virou cinzas

ICMBio - www.icmbio.gov.br
Autor: Márcia Neri - marcia.neri@icmbio.gov.br
17 de Nov de 2008

Ao contrário do que se previa, a chuva não chegou no fim de semana à região central da Bahia e o fogo continua a destruir o Parque Nacional da Chapada Diamantina (PNCD). Apesar dos esforços dos analistas ambientais do Parna, das brigadas do Prevfogo, dos grupos de voluntários e das equipes do Corpo de Bombeiros deslocadas de Brasília e dos municípios próximos, os incêndios ainda estão fora de controle. Mais de 50% da área do parque já virou cinzas.

De acordo com o boletim do Prevfogo, divulgado na tarde desta segunda-feira (17), os focos supostamente extintos na região norte voltaram a queimar a vegetação no município de Lençóis. O mesmo aconteceu na área de Ibicoara, ao sul da unidade, onde houve uma reignição do incêndio. Na porção central, em Mucugê, o fogo atravessou parte da Unidade e transforma em carvão o último refúgio disponível para a fauna local.

O chefe do PNCD, Christian Berlinck explica que as chamas ainda queimam também localidades conhecidas como Manda Saia e Capão Preto, entre Lençóis e Palmares. "Em Mucugê, uma linha de 10 Km de fogo destruiu uma área praticamente intocada. A região era ocupada por espécies endêmicas da flora que provavelmente foram extintas", lamenta.

Além dos 11 servidores do Parque Nacional da Chapada Diamantina envolvidos nos esforços para debelar os incêndios, 24 brigadistas de Brasília, 42 contratados pelo próprio PNCD, 150 voluntários das 14 brigadas ligadas à unidade, 80 bombeiros lotados em Lençóis e uma equipe enviado pelo Ministério da Integração Nacional se revesam na tentativa de salvar o que o fogo ainda não queimou.

Os primeiros focos no Parque Nacional da Chapada Diamantina surgiram entre julho e agosto, mas desde o início de outubro a situação recrudesceu. O fogo, que começou pela parte norte, em Ibicuara, se juntou a focos na porção leste, em Itaitê, e no oeste, em Mucugê, formando uma linha contínua que se espalha com a ajuda do clima seco e dos ventos sobre a mata nativa.

Para agravar ainda mais a situação, não chove na região há mais de seis meses. Metade dos 152 mil hectares da unidade já foi queimada.

Ainda de acordo com o último boletim do Prevfogo, a expectativa do Instituto nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) não é nada animadora. Não há previsão de chuvas para a região do Parna até a próxima quarta-feira (19) e as temperaturas máximas chegam a 32oC. Para a quinta-feira (20), estão previstas pancadas de chuvas (probabilidade de ocorrência de 50 a 80%).

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