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Incêndio atinge 120 hectares de reserva ecológica do Clube Caça e Pesca

Correio de Uberlândia - http://www.correiodeuberlandia.com.br
Autor: Cindhi Belafonte
06 de Out de 2014

Um incêndio, que começou na noite de domingo (5), foi controlado e retomou na manhã desta segunda-feira (6), destruiu parte da reserva ecológica do Clube Caça e Pesca, entre as zonas sul e oeste de Uberlândia. A área, com cerca de 120 ha, é formada por vegetação secundária de Cerrado, mata de brejo e buritizal. Há no espaço nascentes, córregos, área de pastagem e é onde um grupo da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) já desenvolveu cerca de 80 pesquisas, 20 delas em andamento. Ainda não há informações de como o fogo pode ter iniciado, mas a suspeita é que tenha sido por ação humana. Segundo especialistas da UFU, este é o pior incêndio no local nos últimos 10 anos. Até o fechamento desta edição, os bombeiros estavam no local tentando controlar as chamas.

Segundo os militares do Corpo de Bombeiros, funcionários do clube viram a fumaça e parte das chamas no domingo (5) e chamaram a corporação. "Mas foi controlado por nossos militares. Na manhã de hoje (ontem), mais chamas foram vistas e reiniciamos o trabalho de contensão", afirmou o coronel Felipe Aidar, comandante do 2o Comando Operacional do Interior do Corpo de Bombeiros. Ainda segundo Aidar, no local não há vegetação que pegue fogo espontaneamente. "Pode ter sido um ato proposital ou até mesmo involuntário de alguém que jogou na reserva algum objeto incandescente", disse. Mais de 15 homens foram acionados para combate.

A reserva é alvo de várias pesquisas, entre zoológicas, ecológicas, botânicas e de qualidade da água, desenvolvidas pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Entre elas, está a descoberta da "formiga esperta", encontrada no local pelos professores Kleber Del-Claro, do Instituto de Biologia da UFU, e Scott Powell, da George Washington University (EUA).

Estudos devem ser redirecionados para a tragédia

Por causa do incêndio que atingiu a reserva ecológica do Clube Caça e Pesca, alunos e professores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), que realizam cerca de 20 pesquisas na área, terão de alterar o objeto de estudo, segundo o pesquisador e docente da instituição Kléber Del-Claro. "A área tinha acero [barreira de contenção de incêndios] mas, mesmo assim, pegou fogo. O cerrado se recupera, mas não sabemos quanto tempo isso pode levar e nem quais serão os efeitos do fogo sobre as espécies, que aliás é o que vamos começar a estudar daqui por diante. Aproveitaremos a tragédia para fazer as pesquisas", disse o professor.

Ainda segundo Del-Claro, há o risco de algumas espécies serem extintas. "O cerrado se recupera, mas não podemos garantir que todas as espécies continuarão no local. Há dez anos a área não pegava fogo, o que significa que, em 24 horas, mais de dez anos de carbono que estava acumulado no tronco das árvores foi lançado no ambiente. O impacto ambiental é imenso", afirmou.

Fogo destruiu 4,7% a mais de áreas do que em 2013

Segundo dados do último levantamento feito pelo Corpo de Bombeiros, divulgados pelo CORREIO de Uberlândia em 17 de setembro, entre janeiro e agosto de 2014, foram registradas 559 queimadas em vegetação e em lotes vagos em Uberlândia, número 4,7% maior do que o verificado em 2013, quando houve 534 registros nos oito primeiros meses do ano.

O número de queimadas de 2014 ainda é 93% maior do que o de 2012, quando houve 289 registros e 44% frente a 2011, que teve 387 ocorrências. Segundo a corporação, o tempo seco e a falta de colaboração da população são os principais causadores de incêndios na região.

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