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Iguape vai virar patrimônio cultural do País

OESP, Metrópole, p. C16
03 de Dez de 2009

Iguape vai virar patrimônio cultural do País
Município mantém o maior conjunto de construções do período colonial no Estado de São Paulo

José Maria Tomazela, Sorocaba

A cidade de Iguape, no litoral sul de São Paulo, a 200 quilômetros da capital paulista, completa hoje 471 anos e ganha um presente: parte da área urbana será declarada patrimônio cultural do Brasil. O ato ocorre no salão nobre da prefeitura de São João del Rey (MG), em sessão especial do conselho consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), órgão responsável pelo reconhecimento dos bens históricos e culturais brasileiros. Também serão tombados como patrimônio nacional o conjunto arquitetônico de Paranaguá (PR), o complexo ferroviário da Noroeste do Brasil em Campo Grande (MS) e o toque dos sinos da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, de São João del Rey (MG).

Iguape mantém o maior conjunto de construções do período colonial no Estado. Para fazer um inventário do acervo de mais de 200 imóveis - 60 deles são igrejas e casarões do período colonial português -, o Iphan montou na cidade a Casa do Patrimônio, uma espécie de laboratório de preservação cultural. Grupos de trabalho com a participação de moradores ajudaram a juntar os fragmentos da história de uma das cidades paulistas mais antigas. Para a prefeita, Maria Elisabeth (PP), além de preservar testemunhas importantes do processo de colonização do Brasil, o tombamento federal possibilita o acesso a recursos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) para as cidades históricas.

O município está entre as 11 cidades paulistas incluída no PAC. Vários prédios históricos precisam de intervenções. O município também faz parte da Associação Brasileira de Cidades Históricas. O tombamento nacional vai abranger o Centro Histórico, o Morro do Espia e o setor portuário, incluindo o canal do Valo Grande e o estuário lagunar do Mar Pequeno. A cidade já conta com 64 imóveis tombados pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Artístico Arqueológico e Turístico do Estado (Condephaat).

Outros 50 estão em estudo para o tombamento estadual. Muitos foram construídos ainda no século 16, início da colonização, outros no período colonial, como a Basílica do Senhor Bom Jesus de Iguape, de 1782. O conjunto inclui o prédio dos Correios, de 1853, e o casarão do século 17 onde funcionava, em 1635, a Casa da Oficina Real da Fundição de Ouro, a primeira Casa da Moeda do Brasil. Ruínas de edificações mais antigas mostram o uso de pedra, cal, conchas marítimas, óleo de baleia e melado na construção.

SAMBAQUIS

Os vestígios da ocupação humana na região de Iguape datam de 5 mil anos, como testemunham vários sambaquis - depósitos de conchas de moluscos consumidos pelo homem pré-histórico - descobertos no município. Em 1537 já havia uma pequena vila na Barra do Icapara, assediada por conquistadores espanhóis e franceses. No século 18, a produção de arroz acelerou o povoamento e seu porto era o mais movimentado da então província.

OESP, 03/12/2009, Metrópole, p. C16

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