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Igreja afirma que milícia do agronegócio elimina índios

Campo Grande News - http://www.campogrande.news.com.br/canais/view/?canal=8&id=276062
Autor: Edivaldo Bitencourt
11 de Dez de 2009

Em uma nota sobre o conflito entre produtores rurais e indígenas, a Conferência Episcopal do Mato Grosso do Sul, formada por todos os bispos, faz duras críticas ao poder público e aos produtores rurais. Não poupam nem mesmo o agronegócio, apontado como o pilar da economia nos tempos de crise.

"E já que no Brasil nada se consegue senão com pressão, quando os índios se atrevem a buscar seus direitos, são tratados e eliminados como animais por milícias do agronegócio", acusa, responsabilizando os produtores rurais pelas mortes de lideranças indígenas no Estado.

"Acabam apodrecendo anos a fio em nossos presídios, já que são cada vez mais raros os advogados que ousam tomar a sua defesa", destacam os bispos, que saíram em defesa dos Guarani Caiuás, que lutam pela criação de 39 novas áreas na região sul do Estado. Há oito dias, a Funai (Fundação Nacional do Índio), sob escolta da Polícia Federal, começou os estudos para identificar as novas áreas.

A fidelidade ao Deus que se solidariza com os que são excluídos pela sociedade, nos impede de permanecer indiferentes ante a marginalização que há anos atinge a maior parte da população indígena do Estado, expropriada e banida de suas terras de origem", justificam a manifestação.

"A relutância em buscar políticas públicas que sanem, de uma vez por todas, o clima de desespero e de ódio entre produtores rurais e índios, faz com que cresça, a cada ano que passa, o número de vítimas, outorgando ao nosso Estado o triste primado de mortes de pessoas indefesas, que lutam para sobreviver em meio ao descaso e à perseguição que as cercam de todos os lados - mortes e assassinatos que normalmente atingem os indígenas, não os donos de fazendas", destacam, que as vítimas são índios e não produtores rurais.

A Igreja Católica, que tem o Cimi (Conselho Indiginista Missionário) para apoiar os índios, não se posiciona a favor de nenhuma proposta: assentar os índios nas terras tradicionais, comprar áreas para ampliar as reservas ou utilizar as terras devolutas. Destacam que o importante é resolver o problema.

"O que afirmamos é que não se pode prolongar um estado de coisas que, além de nos humilhar perante a opinião pública mundial, é uma tremenda injustiça que se comete contra uma multidão de brasileiros - e a injustiça sempre gera violência!", concluem.

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