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09 de Set de 2014
A Operação Mata Viva, centrada principalmente no bioma Mata Atlântica do Rio Grande do Sul (PNAPA/2014), teve a 3ª etapa de realização desenvolvida no período de 1o a 5 de setembro, complementando a ação anterior, que ocorreu de 14 a 18 de julho.
Nesta etapa, dez agentes ambientais dos escritórios regionais do Ibama de Santa Maria, Uruguaiana e Rio Grande, além do Núcleo de Fiscalização da Superintendência em Porto Alegre, realizaram ações fiscalizatórias nos municípios de Agudo, Paraíso do Sul, Cerro Branco e Ibarama.
Nesta terceira etapa, foram autuados 28 desmatamentos, totalizando R$ 255.800,00 em multas aplicadas, e embargados 20,68 hectares de áreas desmatadas (em geral, são áreas pequenas, próximas a um hectare), as quais estão agora destinadas unicamente à recuperação ambiental. Foram apreendidos 21 m³ de madeira serrada, 23 m³ de madeira em toras e 244 m³ de lenha, todas de espécies nativas do bioma, além de 25 toras de araucária (Araucaria angustifolia) e uma motosserra.
Da mesma forma como ocorreu na etapa anterior, novamente, os agentes depararam-se com várias ocorrências de desmatamentos, praticados em detrimento da Floresta Estacional Decidual (tipologia florestal que caracteriza o bioma na Serra Geral, região central do Rio Grande do Sul). Em geral realizados com o uso de tratores de esteiras, os desmatamentos têm por objetivo a utilização das terras para a cultura da soja.
Entre os meses de maio e setembro de 2014, o Ibama realizou três etapas da Operação Mata Viva no bioma Mata Atlântica-RS, podendo ser contabilizados os seguintes resultados: autos de infração lavrados: 43; total de multas aplicadas: R$ 382.800,00; total de áreas embargadas: 34 hectares; apreensões: um trator de esteiras, 288 m³ de madeiras de espécies nativas diversas e 25 toras de Araucaria angustifolia, além de uma motosserra. Também, houve a lavratura de diversas notificações relacionadas principalmente com o Cadastro Técnico Federal.
Os desmatamentos autuados na Operação Mata Viva, em geral, vêm sendo praticados contra remanescentes de vegetação primária do bioma e, em menor proporção, atingem a vegetação secundária nos estágios médio a avançado de regeneração. Além dos incalculáveis prejuízos à flora remanescente do bioma, graves são também os prejuízos à fauna silvestre regional - esta tem seus habitats consumidos pelos desmatamentos, situação que acaba por eliminar gradativamente os espécimes atingidos pela degradação ambiental deles decorrente.
A Operação Mata Viva, em 2014, identificou uma situação até então inédita na região do bioma Mata Atlântica-RS: o interesse pela cultura da soja por pequenos e médios produtores rurais (os quais historicamente dedicam-se à fumicultura) a ponto de assumirem o risco de se exporem às sanções legais cabíveis pelos danos ambientais que vêm praticando na região.
Ademais, suas terras são inaptas para a cultura da soja: além de se constituírem em áreas pequenas, o que inviabiliza a possibilidade de renda com a cultura, os solos apresentam pouca profundidade e a topografia dos terrenos é bastante acentuada. A mecanização daquelas áreas somente seria possível após intervenções com tratores de esteiras e retroescavadeiras para que, após remover o grande número de rochas de maior diâmetro que afloram naturalmente na superfície do solo, promovessem a atenuação da declividade, situação impraticável por ser custosa e capaz de deflagrar danos ambientais incalculáveis (perdas de solo e rebaixamento do nível do lençol freático, entre outros).
http://ibama.gov.br/publicadas/ibama-realiza-mais-uma-etapa-da-operacao…
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