Hoje em Dia -Belo Horizonte-MG
Autor: Marcelo Nantes
26 de Nov de 2002
A Amazônia Legal brasileira já pode contar com um programa de rastreamento de boa parte do fluxo de madeiras da região. O Instituto do Meio Ambiente (Ibama) lança hoje o Sistema Integrado de Monitoramento e Controle dos Recursos e Produtos Florestais (Sisprof), modelo criado para acompanhar o processo de plantio, extração, compra, venda e exportação da produção madeireira de todo o Norte do Brasil.
Além da fiscalização e controle, o órgão pretende acabar com a burocracia existente na comercialização dos recursos florestais. "Nosso atual sistema operacional tem falhas. O controle não é tão efetivo e temos que cumprir exigências com inúmeros papéis, o que compromete a agilidade e a eficiência do processo", avalia o diretor de Florestas do órgão, Humberto Candeias.
O controle feito pelo Governo brasileiro limita-se ao registro protocolar de tudo que é transportado. Um lote de madeiras é registrado conforme espécie e quantidade, quando se dá a emissão da guia de Autorização de Transporte de Produtos Florestais (Atpf). A carga tem comprador definido, mas não há como apontar com segurança sua origem. Com a mudança proposta pelo Ibama, o acompanhamento passa a existir nos planos de manejo, onde se dão derrubada e replantio.
Nove estados compõem a Amazônia Legal (AC, AM, AP, PA, RO, RR, TO, MT e MA). Candeias acredita que só será possível controlar o comércio se houver vistorias intensivas, da exploração ao consumo final. "O ponto crucial é o plano de manejo. Criamos um sistema único, não restrito a uma ponta do processo", afirma Candeias.
Cerca de seis mil propriedades rurais foram cadastradas, o que equivale a uma área de 28 milhões de hectares. Existem 2.800 planos de manejo florestal na região (planos de exploração florestal, de reflorestamento e reposição). Sempre que houver uma negociação, o Ibama emitirá um selo para cada quantidade comercializada. Entre a extração e o destino final haverá controle informatizado com informações sistematizadas. Das 23 bases do Ibama na região amazônica, 15 já contam com o Sisprof.
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