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Ibama investiga dano ambiental

CB, Cidades, p.26
17 de Ago de 2005

Ibama investiga dano ambiental
Leandro Bisa
Fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) acusam a Associação dos Criadores do Planalto (ACP), entidade que administra o Parque de Exposições da Granja do Torto, de cometer crime ambiental. Um aterro com 2.511 m2 de área e dois metros de profundidade foi feito a 350 metros da cerca do Parque Nacional de Brasília, em um área considerada faixa de amortecimento ecológico. Os fiscais suspeitam que a terra retirada do buraco é utilizada nas obras realizadas no Parque de Exposições. De acordo com os cálculos dos técnicos do órgão ambiental, 795 caminhões de areia foram retirados da depressão. Não bastasse isso, lixo e entulho foram depositados na cratera. A ACP foi autuada.
A terra pertence à União. Nada pode ser feito no local sem consentimento do Ibama. Fiscais do órgão viram dois caminhões e um trator deixarem o aterro quando, com binóculos, vigiavam o parque de cima de uma torre. A ACP terá que recuperar a área degradada e pagar multa que vai variar entre R$ 200 e R$ 50 mil. O valor exato da pena pecuniária será definido quando o relatório técnico for concluído, mas deve ficar entre R$ 15 mil e R$ 20 mil, de acordo com o chefe de fiscalização do Ibama, Wilson Rocha Cardoso. Havia muito lixo dentro do buraco, principalmente pedaços de paredes, telhados, blocos de concreto e vigas de madeira. A área pode sofrer erosões, contaminação do solo e do lençol freático.
Areia
Na Granja do Torto, as obras seguem a todo vapor. A ACP mandou construir cinco galpões de exposição e uma passarela para desfile de animais. O coordenador geral do Parque de Exposições, José Carlos Maestrelo, garante que a areia usada nas melhorias foi comprada em empresas particulares.
Maestrelo disse ainda que o buraco foi feito há pelo menos quatro anos. Ele garante que os veículos vistos pelos fiscais do Ibama estavam ali para recuperar o dano ambiental. "Jogávamos ali só lixo orgânico: palha de arroz e esterco. Mas perdemos o controle porque a Granja está cheia de obras", afirmou Maestrelo. Ele afirmou que a ACP vai recorrer da multa com o argumento que a área está sob litígio. A associação negocia a troca da terra por uma fazenda. 0 chefe-geral do Parque Nacional de Brasilia, Darlan Alcântara de Pádua, lembrou que, mesmo sob litígio, nada poderia ser realizado dentro do perímetro de dez quilômetros ao redor do Parque Nacional, sem consentimento do lhama.

CB, 17/08/2005, p. 26

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