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Ibama desmonta esquema madeireiro

Diário do Pará-Belém-PA
06 de Abr de 2005

Clandestinos e "fantasmas" movimentaram R$ 3,5 bilhões com a venda ilegal da flora amazônica

Ação inédita do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em parceria com o Exército e Polícia Rodoviária Federal (PRF), deflagrou por terra e ar a "Operação Piriá" no período de 21 de março a 1o de abril do corrente em Nova Esperança do Piriá, Santa Luzia do Pará, Cachoeira do Piriá, Capitão Poço, Garrafão do Norte e Viseu, região nordeste do Estado do Pará, municípios em média 250 km da capital Belém, Norte do País. O órgão ambiental embargou serrarias que há mais de seis anos atuavam na clandestinidade, com extração e comercialização ilegal de madeira de várias espécies e o contrabando desses produtos florestais na região do Piriá. A operação conjunta desmontou o esquema de madeireiras clandestinas e "fantasmas" na região do Piriá que em mais de seis anos movimentaram 3,5 bilhões de reais com a venda ilegal da flora amazônica, sacrifício de cem mil árvores com quatrocentos mil metros cúbicos de madeira comercializada. Em doze dias, a mega operação terrestre e aérea atingiu uma área de 1000 quilômetros quadrados na região do Piriá, entorno da Terra Indígena do Alto Rio Guamá, onde está localizada a RI - Reserva Indígena dos índios Tembé, entre rodovias, rios federais e estaduais como os rios Guamá e Gurupi. Foram mobilizadas 70 pessoas entre agentes e analistas ambientais do órgão, agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Oficiais e soldados do Exército com o uso de helicópteros.

REUNIÃO - O gerente Executivo do Ibama no Pará, Marcílio Monteiro, reúne nesta quarta-feira na sede do Sipam, em Belém, com os prefeitos de Nova Esperança do Piriá, Santa Luzia do Pará, Cachoeira do Piriá, Capitão Poço, Garrafão do Norte e Viseu, expõe aos prefeitos, à imprensa e ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República - GSI, os resultados da "Operação Piriá" nesses municípios, com o apoio do Exército e da PRF. Participa da reunião às 16 horas, o tenente coronel Sebastião Vitalino da Silva, Assessor Militar do GSI, prefeitos municipais e um representante da PRF.

ESCLARECIMENTO - O Ministério Público Federal no Pará esclarece que o procurador da República Felício Pontes Jr. não esteve na rodovia BR-316 durante protesto dos madeireiros. Também não esteve negociando com nenhum dos manifestantes a desobstrução da rodovia. O procurador informa que foi contatado pelo promotor de justiça Sandro Castro através de telefone e se dispôs a receber os madeireiros, mas a reunião não chegou a ser marcada, nem confirmada. Os manifestantes que protestam contra a reserva Tembé não entraram em contato diretamente com Pontes, nem procuraram o Ministério Público Federal. Aproveitando a oportunidade, a Procuradoria da República no Pará gostaria de também esclarecer que não há possibilidade de redução da área Tembé. A terra é de fato indígena, reconhecida, demarcada e homologada de acordo com a legislação brasileira e não deverá ser diminuída. No entendimento do Ministério Público Federal, o reconhecimento do direito das populações indígenas à posse de suas terras é um dos maiores avanços que a sociedade brasileira alcançou nos últimos anos.

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