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Ibama contesta

OESP, Fórum dos Leitores, p. A3
Autor: BARROS, Marcus
18 de Ago de 2006

Ibama contesta

O editorial Monstruosa metástase (13/8, A3) é injusto com o Ibama ao incluí-lo como exemplo de que a corrupção no País não encontra "obstáculo algum para desenvolver-se na estrutura dos Poderes e da administração pública". No Ibama, há obstáculo, sim. Desde 2003 na presidência do Ibama, tenho sistematicamente determinado a instauração de processos disciplinares, correições e auditorias internas com o fim de combater fraudes no sistema de controle e monitoramento das atividades florestais, incluindo as Autorizações para Transporte de Produtos Florestais (ATPFs). Os resultados destes trabalhos são repassados à Polícia Federal (PF), que aprofunda as investigações criminais e prende integrantes de quadrilhas que há anos vêm devastando a Amazônia. A parceria Ibama-PF rendeu dez operações conjuntas, em que foram presos 271 "gafanhotos" da floresta: 78 servidores públicos federais e estaduais, além de 193 empresários, madeireiros, despachantes e contadores. Em decorrência das investigações, 24 servidores da autarquia e 2 procuradores federais já foram demitidos e mais de duas dezenas de servidores, suspensos. O Ibama emitiu R$ 2,1 bilhões em multas e apreendeu 660 mil m3 de madeira em toras e uma centena de veículos pesados e de equipamentos. O combate à corrupção ajudou a derrubar em 31% a taxa de desmatamento no ano passado, comprovando o acerto da estratégia do Plano de Combate ao Desmatamento na Amazônia de eleger o combate à corrupção como um dos instrumentos essenciais para coibir a exploração ilegal de madeira no País.

Marcus Barros, presidente
Brasília

N. da R. - O editorial reproduziu fato incontestável: o desmonte, pela PF, de uma quadrilha madeireira, quando 49 pessoas foram presas - entre elas 16 funcionários do Ibama e um procurador da República -, acusadas de contrabando, corrupção, falsidade ideológica e formação de quadrilha, tendo por base a falsificação de ATPFs, documentos emitidos pelo Ibama para transporte de madeiras extraídas de conformidade com as normas ambientais. Os esclarecimentos genéricos do missivista em nada desmentem o fato comentado.

OESP, 18/08/2006, Fórum dos Leitores, p. A3

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