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Ibama apreende artesanatos indígenas

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
Autor: VANEZA TARGINO
22 de Jun de 2004

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) iniciou ontem uma intensa fiscalização para conter a venda de artesanato com plumagem de aves.

Durante a fiscalização foram apreendidos várias peças de artesanato e os donos dos três estabelecimentos que comercializam o artesanato foram notificados, um deles o Centro de Artesanato de Boa Vista.

Segundo a gerente do Ibama em Roraima, Nilva Baraúna, a fiscalização não está sendo sobre os produtos de artesanato e sim peças que tenham pluma de aves. A fiscalização faz parte da campanha no combate na região Norte para evitar a retirada das penas de aves para fabricar artesanatos.

"Essas aves são protegidas e não podem ter suas penas retiradas para confecção de artesanato. Qualquer peça pode ser confeccionada, desde que não seja com plumas das aves", lembrou.

Nilva explicou que essa primeira ação do Ibama foi apenas para avaliar a situação local e evitar ao máximo a comercialização desse tipo de artesanato. Segundo ela, muitas aves são mortas para terem as penas arrancadas.

"Por enquanto, ninguém foi autuado por vender o artesanato com plumagem. Para isso vamos realizar amanhã [hoje] uma reunião com o Ibama e Funai [Fundação Nacional do Índio] para traçarmos as ações e nas comunidades indígenas evitar a confecção desse tipo de artesanato. A reunião será restrita à imprensa, mas as ações serão divulgadas", justificou.

Esses artesanatos têm grande valor comercial e vendidos pelos próprios índios para os donos de casas de artesanatos. As principais peças são fabricadas pelos índios Wai-wai, sul do Estado, que podem chegar a R$ 3,50 a peça para revenda e até R$ 7,00 na comercialização direta ao consumidor. As penas são principalmente de araras nativas da Amazônia, utilizadas para colares.

A ação repressiva iniciou após a prisão de várias pessoas que estavam vendendo peças com plumagem e dentes de animais para os Estados Unidos e outros países. Essas pessoas, inclusive servidores da Funai, incentivavam os índios a matarem os animais para confeccionarem os artesanatos.

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